“O Conserra se apresenta com um conceito diferente. Reúne as pessoas empreendedoras que enfrentam o dia a dia das dificuldades financeiras e operacionais das empresas. São empreendedores focados em preparar a Serra Catarinense para o turismo receptivo”. Assim define o empresário Ernani Garcia, o Conselho de Turismo da Serra Catarinense.
Na condição de vice-presidente do Conserra, Ernani Garcia recebeu mês passado em sua vinícola em Campo Belo do Sul, a diretoria do conselho para tratar de ações voltadas ao fomento do turismo. Como a 4ª Vindima de Altitude, que inicia nesta sexta-feira (03) e tem o apoio dos membros do conselho e secretários municiais de turismo.
Uma entidade apolítica, o Conserra tem olhos voltados a estruturação do turismo e segundo Ernani Garcia, mas ainda assim, não é possível conviver sem a presença política. “Para o turista chegar na vinícola tem de ter estrada boa e a reivindicação ao poder público passa ter um peso maior se vir pelo conselho, que inclusive está planejando o desenvolvimento integrado do turismo da Serra”, afirma.
O Conserra tem acompanhado a expansão da vitivinicultura que hoje, contempla 32 empreendimentos espalhadas pelo Estado e alimenta uma cadeia de negócios milionária. Para cada hectare de vinhedo implantado são investidos ao menos R$ 60 mil e atualmente, são mais de 300 hectares de vinhedos com investimentos já consolidados superior a R$ 20 milhões.
“Implantar um vinhedo é uma coisa. O desafio maior é manter o vinhedo produtivo e com qualidade. Sem considerar o elevado custo de implantação de uma vinícola. O setor privado está fazendo sua parte e a expectativa é que setor público faça a sua”, comenta Ernani Garcia. Ele lamenta que a burocracia e a elevada carga tributária atrapalham o setor produtivo da vitivinicultura.
Para Ernani Garcia, o Conserra surge como alternativa de ligação entre setor público e privado. Como funciona dentro da Amures, começa a priorizar e organizar ações também no setor vinícola. Mas sempre ligado a setores como do queijo serrano, das rotas cênicas, das agroindústrias familiares e dos eventos locais e regionais.
Produção vinícola a passos largos
O que afirma Ernani Garcia é que a vitivinicultura na Serra Catarinense caminha a passos largos para a produção de qualidade. E tem atraído visitantes de todas as regiões do país.
Mesmo fenômeno não se percebe, segundo ele, no setor de hospedagem hoteleira, especialmente em períodos de picos como da Vindima de Altitude e nas ondas de frios que atraem milhares de turistas durante o inverno. Investimentos se fazem necessários para ampliar a oferta de leitos na hotelaria da Serra Catarinense.
De acordo com a Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude – Acavitis, Santa Catarina é representada por três regiões produtoras. A de São Joaquim com cerca de 200 hectares de vinhedos; Campos Novos com 60 hectares e a região de Caçador com mais 60 hectares. A produção anual está estimada em 600 mil litros, mas com projeções de chegar a 2 milhões de garrafas.