O desenvolvimento do turismo no Estado depende de profissionalização e investimento em tecnologia. Essas são algumas das conclusões de um estudo liderado pela Fiesc em parceria comFecomércio e Sebrae em SC.
De 184 municípios analisados, só seis são considerados de alto grau de desenvolvimento turístico: Florianópolis, Balneário Camboriú, Bombinhas, Itapema, Joinville e Blumenau. O dado foi obtido por meio de uma média ponderada feita com base em indicadores do Ministério do Turismo, e leva em conta quantidade de empregos, estabelecimentos, visitas nacionais e internacionais.
Com neve, montanha, praia, indústria e outros atrativos, Santa Catarina tem enorme potencial, mas ainda mal explorado. É o caso da serra catarinense, por exemplo, onde faltam vagas em hotéis e opções de restaurantes, ou mesmo de estabelecimentos abertos aos finais de semana e feriados.
— O turismo movimenta não só os serviços e o comércio, mas a indústria, que é fornecedora. Só que é preciso profissionalizar. Não tem planejamento estratégico. A Oktoberfest, por exemplo, começou por iniciativa da comunidade. O que temos são boas iniciativas, mas isoladas e espontâneas. É preciso valorizar o setor – afirmaGlauco José Côrte, presidente da Fiesc.
De fato, o turismo representa uma fatia importante na economia do Estado: em 2013, foi 12,5% do PIB, considerando-se também os serviços relacionados. Em SC, emprega 130 mil pessoas, segundo o próprio presidente da Fiesc.
O levantamento Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense 2022apontou potencial em diversos setores, do Litoral ao Oeste do Estado, como turismo de negócios, turismo cultural, parques temáticos e recursos naturais.
Para fazer com que esse potencial efetivamente se desenvolva, um dos rumos apontados é o investimento em tecnologia.
— Hoje, temos o turista digital, que é o cara que sonha com a viagem pela internet, isso é uma tendência mundial. Os estabelecimentos precisam aprender a usar as redes e o marketing digital de forma estratégica para chegar ao cliente – explica Alan Claumann, coordenador estadual de Turismo do Sebrae SC.
Ele também bate na tecla da capacitação. A qualidade na prestação de serviços é um diferencial fundamental para o setor.
Para a Fecomércio SC, é importante que o turismo não dependa apenas de uma época do ano.
— A grande virada da chave será a `dessazonalização¿ do turismo catarinense, apostando na vocação e particularidade das regiões para consolidar destinos turísticos e a geração de negócios do litoral ao oeste e de norte ao sul ao longo de todo o ano – diz Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC.
O documento apresenta uma extensa lista de ações para o fomentar o desenvolvimento do turismo no Estado, entre elas a abertura de editais para contratação de turismólogos, a implementação do ICMS turístico, a constituição de um Fundo Municipal de Turismo e a consolidação de uma política de Estado de longo prazo específica para o setor.
Mais de cem pessoas participaram da confecção do caderno, entre representantes governamentais, da iniciativa privada, do terceiro setor e acadêmicos especializados no assunto.
Informações: DC