A partir da organização dos produtores, com a criação da Associação Catarinense de Truticultores (Acatruta), o peixe passou a ser referencial na produção, especialmente na Região Serrana, reforçado ainda pela instalação da fábrica de peixes (Belo Peixes), em Lages. A Serra é um território muito rico em potencial para a produção de trutas, essencialmente pela qualidade da água (cristalina, fundos característicos com pedregulhos, e com temperaturas que raramente ultrapassam o limite de 24º C. Com características favoráveis à criação do peixe o potencial de produção atualmente está efetivado em torno de 250 toneladas/ano. Porém, tem condições de expansão e chegar a mais de 5 mil toneladas ao ano. “Independente da altitude em que se encontra isso tudo, a região proporciona um potencial imensurável de produção em nível de estado”, ressalta o criador e técnico Nelson Beretta.
A maior produção hoje esta concentrada na Região Serrana, especialmente nos municípios de Lages, Urubici, Bocaina do Sul e Painel, com destaque para estes dois últimos municípios. Também fazem parte da estatística produções em todos os 18 municípios da Associação dos Municípios da Serra Catarinense (Amures) e outros pontos com potencial, à margem esquerda da BR 116, sentido Curitiba a Porto Alegre em direção à Serra Geral. “Nesses locais os produtores participam com pequenos projetos que precisam ser contabilizados pela estatística”, reforça Beretta.
Em Santa Catarina, a EPAGRI tem em seus registros, 68 produtores, distribuídos em 32 municípios do estado. Porém sabe-se que já existem bem mais. São pessoas que fizeram por conta própria os seus projetos e estão produzindo, pouco, mas produzem. Há dificuldade ém mensurar um número exato, sem um trabalho sólido e dispendioso de levantamento. O fato é que, na Serra Catarinense estão cadastrados apenas 12 produtores, os quais contribuem com aproximadamente 250 toneladas. Já a produção de todo o Estado, o número se aproxima de 950 toneladas ano. “Caso alguém queira produzir a truta, deve procurar um técnico especializado, para fazer uma avaliação do local pretendido, onde o profissional dirá se é viável ou não a sua implantação, pois, vários fatores físico-químicos da água devem ser observados, para não se ter frustração de produção”, conclui Nelson Beretta.
Sobre a Truta
A truta é um peixe da família do salmão. A variedade Arco-Íris é originária das águas puras dos rios das montanhas da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e Alaska). Na América do Sul adaptou-se bem nos Andes e nas serras brasileiras, onde foi introduzida em 1949, com ovos trazidos da Dinamarca. São encontradas nas serras de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É um peixe de escamas; alongado e um pouco comprimido. A coloração do dorso varia do castanho para esverdeado, as laterais são acinzentadas e o ventre esbranquiçado. Apresenta pintas escuras espalhadas pelo corpo e nadadeiras. Alcança até 60 cm de comprimento total e 2kg. Com 30 centímetros e 250 gramas, apresenta a condição ideal de consistência e sabor para o consumo.
Peixe exigente, só atinge o tamanho e o vigor necessário em ambientes saudáveis, com água pura, bem oxigenada, de baixa temperatura (entre 13 e 17 graus C), cristalina e corrente. Por isso a truta é um dos poucos peixes cujo consumo pode ser feito sem o risco de contaminação. É carnívoro e alimenta-se de outros peixes e insetos.
Por Assessoria de Imprensa / pchagas@brturbo.com.br