Terceira vice-presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), a prefeita de São Cristóvão do Sul Sisi Brind quebrou o protocolo na manhã desta sexta-feira, no XIII Congresso Catarinense de Município no Centrosul, em Florianópolis. Chamada para falar sobre Reforma Política ela fez um desabafo sobre as dificuldades e limitações que enfrentam os municípios no cumprimento das obrigações.
Ela iniciou dizendo que os municípios são foco das ações governamentais e não se pode mais ficar esperando passivas as decisões de estâncias superiores. “Trabalhamos com apenas 17% da arrecadação do bolo tributário e fazemos milagres nos municípios, Imaginem se tivéssemos mais recursos. Nós prefeitos estamos sobrevivendo e fazendo essa nação ficar em pé, numa situação desigual, porque é aqui que tudo acontece”, declarou.
A prefeita se dirigiu aos deputados federais Mauro Mariane, Carmen Zanotto e Esperidião Amin, que estavam na mesa e disse que os prefeitos não querem mais só ser representado. Mas precisam discutir em condições de igualdade com os entes federados, a União, Estados e Municípios.
“Não é verdade que os entes federados têm igualdade de condições, porque em nossos municípios somos confrontados muitas vezes com decisões que somos obrigados a tomar sem orientação e a clareza necessárias”, disse. Sisi Blind apresentou um documento assinado por 83 prefeitos de sete associações de municípios, inclusive pela Amures, que foi entregue aos deputados como prioridades regionais.
Os prefeitos pedem dentre outras questões; unificação do calendário eleitoral, reforma política, Pacto Federativo e prorrogação dos atuais mandatos. “Enquanto não tiver clareza desses pontos o processo de mudanças não anda. Vamos ficar adianto esses temas das reformas e da revisão do Pacto Federativo até quando”, questionou.
Ela sugeriu inclusive a formação de um Fórum Sul-brasileiro de Municípios para discutir as dificuldades e soluções. E concluiu sua fala fazendo um apelo aos prefeitos: “As mudanças dependem dos municípios. O Brasil é nosso, nos pertence. O Brasil é nossa casa”.