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Japoneses comemoram nesta final de semana 50 anos da Colônia de Frei Rogério

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     Comemorar os 50 anos da colonização japonesa e criação do Núcleo Celso Ramos, em Frei Rogério e lembrar para que nunca mais ocorram, os horrores da Segunda Grande Guerra Mundial. É a maneira como a Associação Cultural Brasil Japão vivencia neste final de semana no Parque Sakura Matsuri, sua maior festa denominada Florada da Cerejeira.
Há dias as mais de 20 famílias da Colônia Japonesa iniciaram preparativos e após o frio intenso do inverno comemoram agora, a curta florada das cerejeiras que dura apenas uma semana.
A exemplo de outra edições, milhares de turistas de todo o país são esperados. Especialmente este ano em que as comemorações são alusivas ao cinquentenário. Além da gastronomia, das artes, das danças e atividades culturais nipônicas, será mostrada a trajetória de meio século daquela comunidade.
O Núcleo da Colônia Japonesa Celso Ramos recebeu esta denominação, por ter sido o então governador que assinou o documento de reconhecimento da comunidade. E desde que os japoneses se estabeleceram em Frei Rogério a economia do local passou a se basear na fruticultura com destaque para pera, pêssego, ameixa e nectarina.
Os japoneses ajudaram também, a intensificar o cultivo de alho, cebola, feijão, milho e soja, além da produção de leite, bovinos e ovinos. Mas foi com a criação do Parque Sakura, que a colônia ganhou projeção nacional e internacional, pelas mãos de um dos pioneiros do núcleo, Kazumi Ogawa.
Ele que morreu, vítima de infarto em 5 de setembro 2012, aos 82 anos, apenas três dias depois de ter encerrada a festa da Florada da Cerejeira. Kazumi Ogawa era um dos sobreviventes da bomba atômica que destruiu Nagasaki no Japão, em 1945. E deixou sobre os ombros de seu cunhado Wataru Ogawa de 85 anos, o compromisso de continuar uma história de cultura de paz que completa 69 anos.

Sakura Matsuri

Arborizado com espécies de árvores oriundas do Japão, o Parque Sakura Matsuri é referência em Santa Catarina. Entre as espécies constam castanheiras, gliclíneas, azaleias e ginkgo bilobas, além da predominância das cerejeiras.
Além da beleza singular do parque, os visitantes podem acompanhar apresentações culturais e folclóricas. Como de arte marciais Kendô, Bujutsu e Iai-Dô. As danças japonesas, Taikô, Karaokê e cerimônia do chá.
A gastronomia tem um variado cardápio com opções como yakisoba, sushi, tempurá, yakiniku, temaki, sakerinha e baiten com pratos doces e salgados. Na feira de artesanatos os visitantes encontrarão origamis, cerâmicas, variedades de produtos japoneses, tanabata, workshop de origami e exposição.
Os visitantes poderão passar também pelo Museu da Paz, onde está o sino com idade aproximada de 1.600 Depois de Cristo e que retrata a história de Hiroshima e Nagasaki.

Wataru e o filho Naoke assumiram legado da Paz

Encontrado entre os escombros de um Templo Budista de Nagasaki no Japão, após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Sino da Paz foi trazido para o Brasil por esforços de Kazumi Ogawa. Sobrevivente do holocausto Kazumi queria homenagear os sobreviventes e conseguiu em 1998, trazer o Sino da Paz para Frei Rogério.
Em todo o mundo só existem três exemplares do sino, segundo Naoke Ogawa, sobrinho de Kazumi e filho de Wataru. Um na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nos Estados Unidos e outro no Japão, além do exemplar do Museu da Paz, em Frei Rogério.
Com a morte de Kazumi, um dos últimos 100 sobreviventes da bomba atômica de Nagasaki no Brasil Wataru assumiu o legado e passou a tocar o Sino da Paz. Junto com a mulher Chiyo Ogawa, 81 anos, irmã de Kazumi eles são os últimos sobreviventes da bomba atômica que restam no estado catarinense.
Mesmo preso a uma cadeira de rodas, Wataru segurou firme ao martelo de madeira e fez ecoar três vezes no Sino da Paz, dia 10 de agosto passado. Depois o sino retornou para uma redoma no Museu da Paz e de lá, só sai em ocasiões especiais para levar seu som em sinal de paz.
Para quem visita o Museu da Paz é convidado a assistir um vídeo sobre a Segunda Guerra e suas consequências para a humanidade. No local há um grande acervo de fotos dos escombros e vítimas da guerra. Mostra exatamente o que restou depois dos bombardeios americanos de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945 com armas nucleares.