Um grupo formado por onze técnicos representantes do governo do Estado de Minas Gerais esteve em Lages nesta terça-feira, para conhecer o modelo de inspeção sanitária animal e vegetal implantado na Serra Catarinense, através do Sistema Único de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa). O objetivo é levar a experiência consolidada na região como modelo para os mais de 800 municípios mineiros.
A organização das agroindústrias da agricultura familiar em forma de consórcio público com vistas à implantação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM é o grande desafio dos mineiros. "Sem inspeção sanitária não há como fortalecer a agroindústria familiar. E aqui encontramos uma experiência fundamental para que possamos desencadear em Minas Gerais algo que vocês já tem consolidaram", disse médico veterinário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pelas ações estaduais de defesa sanitária, Emilson Murilo Coutinho.
Junto com ele, integram o grupo três veterinários e um agrônomo do IMA, um técnico representante da Associação Mineira de Municípios (AMM), quatro secretários municipais de Agricultura, um veterinário responsável pelo serviço de inspeção do município de Araguari e um veterinário da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Eles estiveram Campo Belo do Sul e almoçaram com o presidente da Amures, Edilson José de Souza, onde tiraram dúvidas sobre o comprometimento dos prefeitos com o Cisama, que é o consórcio público responsável pelas ações do Suasa. A partir de experiências das agroindústrias da agricultura familiar encontraram na Serra Catarinense, os mineiros desenvolverão projetos pilotos em diferentes regiões com perspectivas de estender a todos os municípios daquele Estado.
Em 2009 foi realizado um diagnóstico educativo de inspeção sanitária em Minas Gerais e foi constatada uma grande carência em todo Estado. E sem esta condicionante eles perceberam que seria impossível trazer as agroindústrias para a legalidade. Por isso decidiram construir uma proposta e viram na Serra Catarinense, um modelo que consideram ideal para suprir antigas deficiências de fomento às agroindústrias mineiras.
Apoio à agroindústria familiar
Concebido para assegurar proteção da saúde dos animais, a sanidade dos vegetais, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária da Serra Catarinense, o Suasa está criando uma identidade regional dos produtos da agroindústria familiar.
Com selo personalizado, como puderam observar os técnicos de Minas Gerais, o programa prima pela qualidade dos produtos até seu destino final.
Numa propriedade em Anita Garibaldi, os técnicos mineiros conheceram na tarde desta terça-feira, o sistema de produção de derivados de carnes e se encantaram com a qualidade dos produtos. De acordo com o diretor executivo do Cisama Selênio Sartori, a proposta de incentivo às agroindústrias da agricultura familiar vai além da questão de sanidade agropecuária.
"O Suasa constrói uma proposta de permanência do homem no campo, com renda e qualidade de vida. É nisso que pensamos", revelou.
Para atingir o nível de qualidade alcançado hoje, os donos das agroindústrias vinculadas ao Suasa realizaram inclusive, Cursos sobre Boas Práticas de Fabricação de Produtos da Agricultura Familiar. E isso está permitindo tornar os produtos da região competitivos no mercado e buscar a equivalência do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e a segurança alimentar.