Reforma da ferrovia Tronco Sul, que passa por Lages pode ter o contrato de execução assinado até dezembro de 2013. Parte do Plano Nacional de Logística Integrada, do Ministério dos Transportes, a obra ainda está em fase de estudos.
Entre obras confirmadas para o PAC e para o plano de logística, Santa Catarina deve ter três ferrovias contempladas. A que está mais próxima de se realizar é a norte-sul que liga a cidade de Panorama, no oeste paulista, até o porto de Rio Grande (RS). A construção ainda está em fase de estudos. Quem está fazendo esse trabalho é a empresa pública Valec. Este trecho terá cerca de 1.620 km e faz parte da Ferrovia Norte-Sul, que deve ter mais de 3.100 km. A assessoria de imprensa da estatal afirma que o trecho sul ainda está em processo de licitação e deve ficar na mão de empresas terceirizadas.
A rota deve ser conhecida pelo nome de ‘ferrovia do milho'. Uma reivindicação antiga, mas que tomou corpo com a atual crise no mercado da pecuária catarinense, que está sofrendo com a falta de milho. A Norte-Sul faz uma conexão à Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que liga a região Sudeste à Centro-Oeste do Brasil.
O presidente da frente parlamentar pelas ferrovias da Assembleia Legislativa, deputado Dirceu Dresch (PT) ressalta que a crise do milho nada mais é que o resultado de duas políticas empresariais e governistas: o abandono das ferrovias somado à falta de preocupação na produção de matérias-primas. "Ampliou-se a produção, mas não há preocupação com os insumos", ressalta.A ferrovia do milho faria a ponte da demanda do sul do país por insumos, com a oferta destes por estados como Mato Grosso e Paraná. Bom para os produtores, bom para o bolso.
Segundo Dresch, o transporte via trem pode reduzir em até 80% o custo, se comparado ao rodoviário.
Ferrovia do Frango só a longo prazo
Entre as obras do Plano Nacional de Logística Integrada, a ferrovia leste-oeste, que cruza Santa Catarina, está fora dos planos. São mais de R$ 41 milhões, garantidos através do PAC 2.
O deputado estadual Dirceu Dresch (PT) explica que ferrovias são projetos de longo prazo. Ao todo são três licitações feitas durante o processo: viabilidade técnica, projeto técnico e a obra.
O projeto de viabilidade técnica chegou a ter o processo licitatório iniciado, mas, por conta dos escândalos no Ministério dos Transportes (que derrubou Alfredo Nascimento) ele foi interrompido. A ideia agora é juntar as universidades federais do Paraná e Santa Catarina para que se faça o melhor traçado.
Existe duas hipóteses: uma que segue a BR-470; outra margeia a divisa entre Paraná e Santa Catarina, passando por Porto União, Jaraguá do Sul até se conectar com a ferrovia que interliga os portos catarinenses (ainda em construção).
Reforma da Tronco Sul
A ferrovia que passa por Lages deve ser toda reformada. Segundo o Plano Nacional de Logística Integrada, esta ferrovia fica no segundo grupo. Os estudos serão feitos até fevereiro de 2013. No mês seguinte será feita uma audiência pública.
Caso tudo ocorra de acordo com o planejado, a licitação acontece em junho e as assinaturas de contratos entre julho e setembro de 2013.
O segundo grupo prevê a construção e reforma de 7.400 km de ferrovias.
O financiamento terá 5 anos para iniciar o pagamento e outros 25 para devolver o dinheiro. Nos primeiros 5 anos serão investidos R$ 56 bilhões, sendo que o pagamento de outros R$ 35 bilhões acontece nos outros 25 anos.
Como ainda está em fase de estudos, o Dnit não soube informar se haverá retificações no traçado ou paralisação das atividades durante a reforma.
Fonte: CLMais/AMURES