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Setor madeireiro se fortalece em Santa Catarina

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     Depois da crise no setor madeireiro iniciada em 2007, as indústrias do setor se reerguem com a estabilização do valor do dólar por volta dos R$ 2,00. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, afirma que o ramo está conseguindo se recuperar aos poucos, no Estado.
Côrte esteve na região para participar da abertura do evento Florestal e Biomassa, que acontece até sexta-feira (21), no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages. Antes disso, visitou a Madeireira Nereu Rodrigues, em Correio Pinto, onde destacou que a diversificação dos setores em Santa Catarina, ajudou a economia do Estado a manter o crescimento durante a crise madeireira. "O setor está se recuperando, porque promoveu investimentos em tecnologia e qualidade, e o dólar estabilizou", completa.
Ele comenta, ainda, que o incentivo do Governo Federal, através da desoneração da folha de pagamento, redução de juros e energia elétrica, fez com que houvesse uma reação de positiva e que, além disso, o governo estadual tem programas que expandem novos investimentos na indústria.
Porém, Côrte afirma que a falta de aeroportos e rodovias duplicadas, são um problema para o crescimento econômico. "Os aeroportos de Lages e o de Correia Pinto precisam funcionar para atrair novas empresas e investimentos. A BR-282 precisa ser duplicada. Essa falha afeta todos os setores econômicos", frisa.
Um estudo recente feito pela Fiesc e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostra que de cada R$ 100,00 que uma empresa do Estado fatura, R$ 18,00 são gastos com logística. "Isso é o dobro que gasta uma empresa americana", ressalta o presidente da Fiesc.
Ele destaca que o investimento em ferrovias também deve ser colocado em prática. "Pela ferrovia, o transporte é mais barato, seguro e rápido. Poderíamos ter uma rede ferroviária que ligasse o Estado inteiro", diz.
Há um plano de extensão e construção de ferrovias previsto pelo Governo Federal. Porém, o presidente da Fiesc, afirma que é preciso mais velocidade na execução das obras. "´Precisamos de um crescimento mais rápido".

Com a crise, madeireira buscou alternativas

Uma das maiores da região, a madeireira Nereu Rodrigues, em Correia Pinto, investiu em produtos diferenciados e com qualidade para se manter no setor, devido à crise econômica que afetou o ramo a partir de 2007.
A madeireira faz compensados para a construção civil e setor moveleiro. Todos os seus produtos são exportados, principalmente para países da Europa. "Vendemos para Alemanha, Bélgica, Inglaterra, mas com a crise do dólar, começamos a exportar para o Chile e a Argentina", diz o diretor administrativo, Sérgio Roni Rodrigues.
Ele afirma que o mercado interno é mais instável que o externo, por isso a madeireira trabalha somente com exportação. Antes da crise, o Brasil exportava, aproximadamente, de 200 mil metros cúbicos de compensados por mês, atualmente exporta cerca de 60 mil metros cúbicos por mês.
Somente a madeireira Nereu Rodrigues, exporta mensalmente 4 mil metros cúbicos. Diretamente 120 pessoas são empregadas na empresa, indiretamente o número chega a 300. Com a melhora no setor madeireiro, Rodrigues diz que a empresa pretende fazer forros de compensado de madeira. "É um material que já existe no mercado, mas há poucas marcas e tem demanda para o produto, principalmente para o exterior", diz.
A meta da madeireira para 2013 é passar de 4 para 6 mil metros cúbicos por mês. "Com isso vamos aumentar a quantidade de funcionários de 120 para 200 pessoas", diz.
Outra meta da empresa é começar a plantar a própria madeira. "Hoje compramos toda a matéria prima, isso torna-se mais caro. Mas queremos ter nossa própria floresta", finaliza.

Evento ressalta a força do setor florestal

A feira Florestal & Biomassa começou na quarta-feira (19) e segue até sexta-feira (21). Um dos objetivos é trazer novidades para o ramo
Iniciou na quarta à noite e termina sexta-feira (21), no Parque de Exposições Conta Dinheiro, a segunda edição da feira Florestal & Biomassa. O governo estadual repassou R$ 80 mil para o evento. Neste ano, o foco da feira é a silvicultura (insumos e equipamentos de manejo florestal); transformação da madeira (máquinas e equipamentos); indústria da madeira; biomassa florestal; e transporte dentro do conceito de feiras de negócios.
O governador Raimundo Colombo informou que para incentivar as indústrias madeireiras do Estado, o governo estadual vai prorrogar por pelo menos mais seis meses, a isenção do ICMS. "Queremos melhorar o desenvolvimento econômico, por isso, o governo vai continuar investindo", destacou.
Ele recebeu na abertura do evento, um pedido da Fiesc e do Sindimadeira, para prorrogação de isenção do ICMS. O governador disse que a produção, exportação, câmbio e empregos gerados, aumentaram significativamente no ramo madeireiro do Estado. "Os empresários passaram por uma crise muito difícil, mas agora tudo começou a melhorar, principalmente para o setor de papel", avaliou.
Colombo frisou que a feira Florestal & Biomassa, faz com que o setor científico, tecnológico, industrial e florestal, se unam para melhorar a economia. "Isso faz com que a renda, os empregos e o desenvolvimento aumentem. Além de criar um ambiente de negócios bastante desenvolvido", enfatizou.
O presidente do Sindimadeira, Israel Marcon, acredita que em torno de 3 mil pessoas participem do evento Florestal & Biomassa. "Ocorre em dias de semana, mas sempre temos muita procura", disse. Dos 52 expositores que participam da feira, 44% são de Lages.
A Secretária Executiva da Amures, Iraci Vieira de Souza, representou o presidente da entidade Luiz Paulo Farias e destacou a força do setor madeireiro como um setor de extrema importância na economia regional. Ela informou que o setor injeta na economia mais de R$ 15 milhões por ano em ICMS e que mantém milhares de famílias.

Vários workshops serão realizados

O presidente do Sindimadeira, Israel Marcon, avalia que a qualidade dos workshops que serão realizados na feira Florestal & Biomassa são de alto nível. "São pessoas que engrandecem o evento, trazem novidades que vão melhorar a produção", ressalta.
O primeiro workshop a ser realizado na segunda edição da feira Florestal & Biomassa será sobre poda florestal de forma manual. O empresário da Nova Zelândia, Ken Scott, presente na 1ª edição do evento, retorna ao Brasil exclusivamente para comandar este workshop. Ele é diretor da Lakewood Products LTD, fabricante de uma tesoura para poda de Pinus e Eucalipto, a Pro-Pruner, que, segundo seu inventor, dá um corte mais limpo, além de aumentar a produtividade.
No segundo workshop, o assunto terá sobre o desenvolvimento de novos negócios. O consultor Celso Oliveira, especializado em Direito Ambiental e Energias Renováveis falará do aproveitamento dos resíduos florestais e industriais na produção de pellets e briquetes para atender à grande demanda internacional, bem como o potencial de biomassa da região para fins de aproveitamento e para o desenvolvimento de novos negócios ao setor.
Os dois primeiros workshops ocorrem hoje. O terceiro e último, acontece nesta sexta-feira (21). Neste workshop, o consultor Pedro Frâncio Filho abordará as atualizações do empreendimento florestal, com foco na fertilidade e correção de solos, inclusive nas áreas já implantadas, na silvicultura aplicada e na alta produtividade em pinus e eucalipto.

Principais produtos feitos na região da Amures

• Madeira beneficiada
• Chapas compensadas e laminadas
• Painéis
• Aberturas de portas e janelas
• MDF (Produto da indústria moveleira)
• Móveis sob medida e em série