A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e entidades ligadas ao setor produtivo organizam grupo de trabalho para criar um novo projeto de abastecimento para Santa Catarina. O grupo se reunirá nesta terça-feira, 21, às 10h, na Secretaria da Agricultura.
A decisão de formar o grupo foi tomada após reunião, nesta segunda-feira, 20, com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em que se discutiu os problemas no abastecimento de milho em Santa Catarina, fator que prejudica importantes setores agrícolas, como a suinocultura e avicultura. O encontro contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, o coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais do Mapa, José Maria dos Anjos e o superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Borges Bueno.
Segundo João Rodrigues, o Estado é um polo produtor de carne e necessita de milho para alimentar os animais. "Santa Catarina produz 2,9 milhões de toneladas e consome 7,7 milhões de toneladas. Somos um Estado altamente produtivo de carne, porém não atendemos a nossa demanda quando falamos em grãos, ainda mais após a seca que assolou boa parte dos municípios catarinenses e agora é também causa queda na produção dos Estados Unidos", afirmou o secretário Rodrigues.
O Ministério da Agricultura e a Conab explicaram que não há um problema de abastecimento de grãos no país, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são casos isolados pela redução dos embarques do grão para o Estado. "O estoque da Conab é o maior da história com 14,6 milhões de toneladas. Se não houvesse a crise nos Estados Unidos, nós estaríamos trabalhando com um preço abaixo do mínimo no Centro Oeste", ressaltou o coordenador geral de Cereais e Culturas Anuais do Mapa, José Maria dos Anjos.
O superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Borges Bueno, destacou que a diminuição do transporte do grão para o Estado foi consequência de diversos fatores como problemas técnicos e operacionais na origem e destino do milho, a mudança na Lei do Motorista que prevê jornada máxima de 8 horas por dia em dois turnos e a greve dos classificadores em Goiás. "A Conab tem cobrado diariamente das transportadoras que a questão do fluxo seja resolvida o mais rápido possível", disse Bueno. "Acreditamos que a partir da primeira quinzena de setembro o transporte se normalize, os caminhoneiros são atraídos também quando há um frete-retorno do Estado.", completou.
"A Conab já fez leilão 35 mil toneladas e no final deste mês fará outro leilão de 64 mil toneladas para atender os pequenos produtores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para os próximos anos a Companhia prevê ainda a construção de um armazém também em Santa Catarina para atender as demandas regionais", destacou o superintendente da Conab, Rafael.
Por fim, o secretário João Rodrigues falou sobre a importância de ações imediatas para atender a demanda de milho em Santa Catarina. "Nós não temos mais prazos, precisamos de medidas urgentes. Sabemos que, a longo prazo, precisamos incentivar o plantio de milho em Santa Catarina e os armazéns devem se cadastrar junto a rede da Conab. Temos que buscar soluções para a crise grave que pode ter impacto negativo até mesmo nos mercados compradores de nossas carnes".