Estados procuram dar valor agregado ao gado de corte, e cada qual, tem sistemas diferenciados para aumentar a qualidade do produto e a lucratividade. Exemplo disso foi visto na manhã de quarta-feira, (13), na Associação Rural de Lages, quando associados e convidados ouviram o relato sobre o sistema cooperativado desenvolvido em alguns municípios do Paraná, e que estão dando certo. A palestra ministrada pelo zootecnista Luiz Fernando Brondani, da Emater do Paraná, que é também pecuarista, deu exata noção de como funciona a chamada Aliança Mercadológica da Carne Bovina naquele Estado. Todo o processo é administrado pela Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (CooperAliança) de Guarapuava (PR), no Programa Carne Angus Certificada. Através da nova proposta, o diferencial está na comercialização, não do boi, mas da carne, sem atravessadores. Em 2011 foram abatidos cerca de 200 mil animais no programa. A inclusão da CooperAliança deve aumentar em 9% a oferta de Angus certificado. "Atualmente a cooperativa abate 500 animais por mês, com a certificação, e se esperam que até o final de 2012 este número salte para 1,5 mil animais mensais e, até abril de 2013, atingir a marca de 18 mil bovinos abatidos", reforça.
Ainda segundo Luiz Fernando, os produtores do Paraná pensam em exportar tão logo recebam em 2014, a certificação de zona livre da aftosa sem vacinação, a exemplo de Santa Catarina. Porém, o grande problema a ser enfrentado é a falta de matéria-prima. Atualmente, o Paraná importa cerca de 40 toneladas de carne por ano, para abastecer o consumo interno.
Por fim, o foco por hora, segue sendo na integração da cadeia que deve render aos pecuaristas da CooperAliança, que produzem animais Angus e Cruza Angus, prêmios acima do bônus recebido pelos pecuaristas gaúchos, que hoje conseguem até 10% acima do valor de balcão para machos e fêmeas. "Vale ressaltar que os pecuaristas do Paraná conseguem abater animais de 14 meses, chamados de superprecoces, com peso vivo de 500 kg e peso carcaça de 270 kg, sem contar que o abate de fêmeas tem ainda melhor qualidade de carne do que o macho podendo atingir o peso para o abate, em 12 meses", ressalta o técnico da Emater.
Para o presidente da Associação Rural Márcio Pamplona, o sistema do Paraná, garantido por um selo de garantia permite ao consumidor saber detalhadamente todas as informações do animal, desde a idade até a procedência. "Em Santa Catarina, o contrário. Por aqui, ninguém sabe sequer a procedência da carne, e muito menos sobre a qualidade dela. Um processo parecido com o do Paraná, e, se fosse implantado em Santa Catarina poderia reverter o atual quadro", salienta Márcio.