Nos dias 3 e 4 de abril, produtores rurais interessados em lucrar com o plantio da physalis participaram de um seminário no Centro de Ciências Agroverinárias (CAV), em Lages. O evento foi promovido pelo Governo do Estado, que vem buscando meios para fortalecer a agricultura familiar. "Estamos investindo no pequeno produtor para impulsionar o agronegócio, e a economia sentirá os impactos", diz o secretário de Desenvolvimento Regional, Jurandi Agustini.
A serra catarinense é uma das regiões pioneiras no cultivo da pequena fruta. Em 2006, alunos do CAV plantaram as primeiras sementes, vindas da Colômbia. Posteriormente, foram distribuídas mudas para vários produtores rurais. Começou aí o processo de expansão nas lavouras. Porém, apesar de saborosa, a physalis não vem rendendo grandes lucros devido à escassez de técnicas de cultivo e comercialização.
O seminário foi promovido justamente para reverter o quadro. Palestrantes da Universidade Nacional da Colômbia, do Instituto Federal de Farroupilha (RS), e da Fundação Oswaldo Cruz (RJ) trouxeram informações que devem ser aplicadas na prática para que a fruta conquiste o mercado que tem em outras regiões. De acordo com o professor de fruticultura do CAV, Leo Rufato, o grande desafio é tornar a physalis conhecida. Para isso, é necessário que a fruta ganhe espaço no comércio durante os meses de colheita (dezembro a maio).
"Esse processo de consolidação passa pela qualidade da genética. Se o produtor misturar sementes inferiores, a fruta perderá o sabor, e o consumidor final não se sentirá atraído a comprar novamente", ressalta. Para atingir os objetivos, foi proposta a criação de uma associação para gerenciar a produção e a comercialização.
O encerramento do seminário aconteceu em uma propriedade de São José do Cerrito, na tarde de quarta-feira (4). Os participantes tiveram uma aula prática com o produtor Lauri de Moraes, que possui mais de mil pés da fruta. Cada pé produz até quatro quilos por safra, sendo que cada quilo agrega aproximadamente 200 unidades. Na região, o quilo é vendido, em média, por R$ 20. Em outros estados, chega a custar R$ 80. Além do consumo puro, a fruta vem sendo bastante utilizada na produção de bombons, sucos e caipirinhas.
Fábio Ramos
Assessor de Imprensa da SDR Lages