O ABATE de javalis por caçadores profissionais cadastrados e habilitados será autorizado na região serrana. A medida de urgência objetiva controlar a superpopulação do animal que está infestando as propriedades e deixando rastros de prejuízos nas lavouras.
A decisão foi tomada na tarde de sexta-feira (5) em reunião na Amures, onde participaram o secretário de Estado da Agricultura, Enori Barbieri, o Promotor Público do Meio Ambiente Lio Marin, Polícia Ambiental, Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o presidente da Amures, Janerson Delfes Furtado.
A proposta de reunir as entidades e encontrar uma solução ao problema, partiu do deputado Elizeu Mattos que afirmou haver na região inúmeras varas de javalis com mais de 50 animais. "Ninguém sabe a população de javalis, mas seguramente passa de mil. Eles acabam com uma lavoura em poucas horas e os produtores rurais estão ficando reféns dessa situação", comentou.
A cada 14 meses, segundo declarou o deputado, a fêmea javali procria três vezes. E em cada ninhada, são em média seis animais. E um dos fatores que contribui para a infestação é que os javalis estão cruzando com porcos domésticos e dando origem ao "java-porco".
A região de Capão Alto, Cerro Negro, Anita Garibaldi e Campo Belo do Sul é onde estão concentrados os maiores grupos de javalis. Para o promotor público, o javali compete com fauna local e um dos agravantes é que o animal é transmissor de doenças como febre aftosa. E poderia gerar um problema econômico grave ao Estado, no que se refere às exportações.
"Mas tem de ser bem distintos caça e abate controlados. A caça não é permitida e será fiscalizada", alertou Lio Marin, que defende o controle populacional dos javalis. Esse controle será permitido apenas para 30 pessoas que são caçadores profissionais com registro. A Polícia Ambiental terá os contatos e o produtor que desejar fazer o abate controlado na propriedade, poderá buscar informações junto ao Pelotão da Polícia Ambiental.
Uma das preocupações dos prefeitos é que os javalis se dispersem pela região, o que poderia agravar o problema. "Neste momento precisamos de uma medida urgente porque tem produtor plantando e os javalis vindo atrás comendo a semente", argumenta o presidente da Amures. O comandante da Polícia Ambiental, capitão Frederick Rambusch, confirma a superpopulação de javalis e disse que tem de haver um manejo adequado, de forma segura e eficiente.