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Atingidos pela usina Garibaldi querem novo recadastramento

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     REALIZAR um novo recadastramento de todas as famílias atingidas pelo lago da Usina Hidrelétrica Garibaldi e definir uma pauta sobre as negociações com cada uma das mais de 500 famílias, tendo o Ministério Público como orientador dos encaminhamentos.
Foi o que definiu, nesta quarta-feira (8), a Associação da Barra do Salto, criada para representar as famílias que serão atingidas pelo lago da hidrelétrica, no limite entre Cerro Negro e Abdon Batista.
A reunião na localidade de Barra do Salto mostrou que as comunidades estão unidas e trabalharão as decisões em conjunto e não de forma isolada. O que lembrou o prefeito de Cerro Negro, Janerson Furtado, é que muitas questões foram excluídas da licença de instalação e têm de ser revistas. "A primeira reivindicação que levaremos à Fundação do Meio Ambiente é o pedido de um novo recadastramento, haja vista que ocorreram falhas no primeiro levantamento", disse Janerson Furtado.
Só depois do novo levantamento socioeconômico e das indenizações, os empreendedores poderão iniciar a obra, que estava prevista inicialmente para dezembro deste ano. Para acompanhar a associação das famílias atingidas pelo lago da represa foi contratado o advogado Almo Brandão, vice-prefeito de Machadinho, que possui larga experiência neste tipo de negociação.
Ele respondeu a várias dúvidas dos atingidos e reiterou que só unidos poderão perder menos. "O impacto social e econômico é inevitável. Tem de buscar compensações, porque fora daqui a vida será outra bem diferente", alertou.
A hidrelétrica Garibaldi não será a maior em geração de energia na Serra Catarinense. Mas a de maior impacto social e econômico, pois no primeiro cadastramento foram identificadas 539 propriedades que serão atingidas pelo lago de 3.005 quilômetros quadrados.
Além de Cerro Negro e Abdon Batista, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito e Vargem serão impactados pelo empreendimento. O que ficou claro na reunião é que os atingidos não pediram para sair de suas terras. Mas sabem o que querem e como para minimizar os prejuízos.

No Cerrito problema é a compensação ambiental

As famílias atingidas pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) João Borges, entre São José do Cerrito e Campo Belo do Sul, também não estão chegando a um denominador comum com a Eletrosul, responsável pelo empreendimento. Além das negociações, de forma isolada a estrada que dará acesso ao canteiro de obras, que inicialmente estava prevista por São José do Cerrito, foi redefinida por Campo Belo do Sul.
O prefeito Everaldo Ransoni ainda lembrou que a compensação de R$ 2 milhões está se dispersando e os municípios estão ficando com a menor parcela. "O que anunciaram foi só um repasse igual de R$ 160 mil para o Cerrito e Campo Belo. Mas se os municípios que estão tendo o impacto social, ambiental e econômico é eles quem deveriam ficar com a compensação", questiona o prefeito. Ele lamentou que valores da compensação que deveriam ficar nos municípios estejam sendo desviados para outras entidades.
Também o prefeito Firmino Chaves, lamentou que os municípios não tenham sido convidados para discutir o valor da compensação.
"Não podemos baixar a cabeça e vamos contratar advogado para defender o interesse dos municípios", afirmou.