O PROGRAMA mais ambicioso já pensado, para desenvolver o setor da agroindústria da Serra Catarinense, está nascendo dentro da Amures. O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) ganhou adesão de diversas entidades e respaldo do Ministério Público Estadual.
Sem a parceria institucional, dificilmente o programa sairia do papel, segundo, seu coordenador Selênio Sartori. Na reunião terça-feira (29) ao menos 30 entidades disseram sim, à iniciativa de fomentar os agronegócios no meio rural, desde sua concepção até à comercialização. "Estamos diante de uma nova legislação sanitária que criou o Suasa e semana passada, foi publicado um novo decreto complementar que da, ainda mais poderes aos municípios na participação desse sistema unificado nacional", explicou Selênio Sartori.
O maior ganho do Suasa é a democratização do serviço de inspeção sanitária com participação do governo e sociedade, pois seu foco é o controle de qualidade e a inserção dos produtos no mercado. E até final deste ano, será feito o pedido de adesão à Lei do Suasa, através do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico, Meio Ambiente, Sanidade Animal e Segurança Alimentar da Serra Catarinense (Cisama). O presidente do Cisama, prefeito Antônio Coelho Lopes Júnior observou na reunião que, sozinho nenhum dos municípios da região conseguiria cumprir as exigências de adesão ao Suasa.
"Por isso, que faremos o pedido de adesão à Lei do Suasa, na forma de consórcio. Mas antes, terá de se cumprido cinco requisitos que são: infraestrutura administrativa; prevenção e combate à fraude; inocuidade dos produtos; qualidade dos produtos e o controle ambiental", salientou o prefeito. Com isso será criado o serviço de inspeção nos 18 municípios da Amures com legislação única.
O que está claro é que, uma nova oportunidade de estimular o setor da agroindústria na região está nascendo com base no serviço de inspeção municipal ao alcance dos produtores rurais. E a Comissão Setorial do Suasa, composta pelas entidades que participaram da reunião, terá um compromisso preponderante nos futuros empreendimentos.
Uma das propostas nesta ação integrada do Suasa é que as futuras agroindústrias estejam articuladas em rede. Desta forma poderão trabalhar questões comuns, como a compra de embalagens e selos de qualidade, de forma coletiva, o que torna mais barato o processo. O Promotor Público do Meio Ambiente, Lio Marin elogiou a iniciativa e reiterou que o Ministério Público será parceiro na implantação do Suasa.
"Esta é a solução para antigos problemas de ordem sanitária. Unir entidades e organizar ações específicas. E a Amures tem conseguido avançar nessa direção. O Ministério Público pode até contribuir para o sucesso deste programa", reafirmou Lio Marin. Ele fez questão de destacar que a Serra Catarinense é a última fronteira de desenvolvimento de Santa Catarina e possui hoje, a área mais preservada na questão ambiental. E poderá aprender muito com os erros de outras regiões que para desenvolver degradaram o que tinham de mais precioso, o meio ambiente.