A MAIORIA dos cemitérios da região da Serra Catarinense está irregular. A informação é do assessor ambiental da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), Alexandre Gustavo Silva. "Grande parte dos cemitérios não tem a autorização da Fatma para estar funcionando", conta.
Um problema bastante comum, segundo o assessor, é o fato de as sepulturas ainda serem embaixo do solo. Ele explica que o ideal é o sistema de gavetas, onde o sepultamento é para cima da terra. "Este modelo impede que o lençol freático, que geralmente na nossa região está a 70 ou 80 centímetros do solo, seja contaminado", argumenta.
O assessor diz que até agora três cemitérios foram analisados, os de Bom Retiro, Campo Belo e São Joaquim. "Todos eles precisam aderir ao sistema de galeria, acredito que em toda a região a realidade é a mesma, claro que precisamos confirmar com a análise", salienta. Alexandre explica que a Amures em parceria com os municípios desenvolveu um projeto para resolver o problema. "O projeto está na Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e estamos aguardando retorno, a promessa é para janeiro".
Segundo o projeto, cada cemitério terá um custo de R$ 10 mil para se adequar às normas, e ainda há mais o custo de três a quatro mil reais para pagar as licenças. De acordo com o projeto, a secretaria paga as melhorias e os municípios as licenças. "Fica muito caro para os municípios arcar com todas as despesas, imagine um município pequeno que conta com dois cemitérios", diz.
Em São Joaquim a prefeitura está arcando com tudo, mas segundo Alexandre, é porque lá o município já foi autuado pela Fatma. O assessor acredita que vai demorar para todos os cemitérios se adequarem. Primeiro porque é preciso concluir a análise, depois o projeto precisa virar lei municipal e por fim a obra é feita. "Mas a intenção é que todos sejam regularizados em breve", diz.
Campo Belo tem que concluir 2ª etapa
Moradores do município enfrentaram por diversos meses mosca e mau cheiro no cemitério municipal. O problema, de acordo com Osmar José Fernandes, que é coveiro há 22 anos, é com a vedação do local. O assessor da Amures, Alexandre, explica que em Campo Belo foi feita a primeira etapa, em que a prefeitura proibiu o sepultamento embaixo do solo, e construiu as gavetas. "Agora temos que fazer o sistema de coletagem de gás e de chorume. "A coleta de chorume está no projeto, será feito um tipo de fraldão e se restar algum resíduo será absorvido pelo sistema de coletagem", explica. Em toda a região são 36 cemitérios que precisam se adequar.
Enquanto a etapa não é concluída o coveiro diz que está passando cal nas sepulturas. Alexandre diz que esta determinação não foi passada por ele e que o município está agindo por conta.