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Ampliação da capacidade física do cemitério será feita de acordo com licenciamento concedido pela Fatma

     O SEGUNDO processo de licenciamento ambiental de cemitério público da região serrana foi liberado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Com mais de cem anos de existência, o Cemitério Nossa Senhora da Paz, em Campo Belo do Sul, tem mais de 1.180 sepulturas e passa, a partir de agora, a proceder aos sepultamentos pelo sistema de gavetas.
Emperrado há quase quatro anos, o licenciamento foi retomado pela empresa Parceria Ambiental que presta assessoria a Amures. O prefeito Firmino Chaves Branco disse que o licenciamento muda a realidade do cemitério. "Precisamos fazer algumas melhorias e agora as procederemos dentro das normas legais. Assim como permitir que sejam construídas capelas", observa.
Há quatro anos, o cemitério de Campo Belo do Sul estava saturado. Não tinha mais espaço físico para novos sepultamentos. Por algum tempo a saída encontrada foi realizar novos sepultamentos em locais onde já havia sepulturas. Em alguns casos várias pessoas da mesma família estavam na mesma sepultura. Nas capelas mais antigas o espaço físico também saturou.
Como medida emergencial preventiva foi feita a construção de 143 gavetas. E ao menos 50 delas já estão ocupadas. "Já temos o mapa de todas as sepulturas e a ocupação do cemitério passa a ser monitorada. Agora organizamos legalmente os espaços e as questões ambientais do cemitério", afirma o prefeito.
Em toda região serrana está previsto o licenciamento ambiental de 35 cemitérios numa parceria da Amures com a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). Os processos são elaborados pela Parceria Ambiental e, segundo Alexandre da Silva, responsável pelas licenças, no caso de Campo Belo do Sul será possível quase dobrar a capacidade de ocupação.
"Neste processo é feita a sondagem de profundidade do lençol freático, verificados os riscos de contaminação, inclinação do terreno, tipo de solo, situa­­ção do entorno dos cemitérios e informações detalhadas do levantamento topográfico", explica Alexandre Silva. Ele salienta, ainda, que o licenciamento determina sepultamentos só acima do solo e destinação dos líquidos para uma central de tratamento e análise das condições ambientais a cada seis meses.
Um outro licenciamento ambiental de cemitério em Campo Belo do Sul está sendo encaminhado na localidade de Nossa Senhora dos Prazeres. De acordo com o prefeito, o gerente regional da Fatma, Fábio Bento, tem se mostrado sensível aos pedidos de licenciamentos. "Nunca tivemos uma atenção tão especial e séria como a que estamos tendo da Fatma", reconhece o prefeito.
Junto com o licenciamento ambiental do cemitério de Campo Belo do Sul, está sendo feito um trabalho de conscientização da população de que não é mais aceito sepultamento direto no solo. Há uma resistência cultural de que o sepultamento correto deve ser obrigatoriamente no subsolo. Com o licenciamento em mãos, o prefeito Firmino Branco determinou a ampliação do cemitério dentro da nova concepção de sepultamento, em gavetas.
A equipe de engenharia da prefeitura deve apresentar nos próximos dias o projeto que abrirá dezenas vagas no cemitério. O único cemitério público que detinha licenciamento ambiental nos municípios de interior era São Joaquim. A determinação foi do ex-prefeito Newton Stélio Fontanela, que adequou a antiga estrutura do cemitério local.