Discussão sobre o lixo vai estar na pauta da assembléia dos prefeitos nesta sexta-feira a pedido do prefeito de Otacílio Costa, Denilson Padilha
PROJETO Minha Casa Minha Vida, para municípios com menos de 50 mil habitantes.
Unidades de saúde e licenças ambientais. Valor das taxas de licenciamento cobrado pela Fundação do Meio Ambiente. Realização de coleta de dados para o censo-2010 e parcelamento de débitos com o INSS. São alguns dos assuntos pautados para a reunião dos prefeitos nesta sexta-feira, à partir das 10 horas, na sede da associação. Uma das questões que deve tomar corpo é a destinação do lixo dos municípios e a deliberação para formar um Consórcio Intermunicipal de Meio Ambiente.
A destinação de grande parte do lixo residencial de vários municípios serranos despertou preocupação no prefeito de Otacílio Costa, Denilson Luiz Padilha. Ele determinou esta semana um estudo e levantamento minucioso sobre a origem, o volume e o tratamento dos resíduos que estão entrando em Otacílio Costa. É que o município está acolhendo em seu aterro sanitário o lixo de ao menos dez municípios.
"O que preocupa é o passivo do lixo que está desembocando em Otacílio Costa. A empresa que explora economicamente o lixo está em fazendo seu papel. Mas nosso município está ficando só com os ônus. Temos de repensar essa relação", comenta o prefeito. A coleta, separação e destinação do lixo residencial e urbano de Otacílio Costa é responsabilidade da empresa Blumeterra.
Dentre os municípios da região que hoje têm o lixo encaminhado para o aterro sanitário da Blumeterra estão Bocaina do Sul, Painel, Capão Alto, Palmeira, Urupema, Bom Jardim da Serra e São Joaquim. Só de resíduos domiciliares são destinadas mais de 200 toneladas por dia para o aterro. Já os resíduos industriais são ao menos 180 toneladas por dia, de acordo com um levantamento da própria empresa.
São gerados nas células de tratamento da Blumeterra ao menos 670 metros cúbicos mensais de chorume. A empresa detém um controle das águas superficiais da área, por meio de coleta de amostras em pontos a montante e a jusante, o que permite a destinação correta dos resíduos.
Mas o que preocupa o prefeito é a inexistência de um diagnóstico preciso sobre as condições do lixo de outros municípios que está entrando no aterro sanitário. "Quero deixar claro que não somos contra a destinação do lixo de outros municípios para Otacílio Costa. Até porque estamos ajudando a solucionar um problema ambiental da região. Mas não podemos nos omitir em saber como e em que condições esse lixo está chegando aqui", enfatiza Denilson Padilha.
A preocupação do prefeito é que com a saturação da capacidade de processamento do lixo, Otacílio Costa enfrente um dano ambiental de grandes proporções. "O lixo tem de ser destinado por quem gera. Neste caso só queremos ter uma destinação com sustentabilidade. A nível de região vamos levar a discussão para dentro da Amures e dialogar sobre os prós e contras com os prefeitos", revelou Denilson Padilha.
Ele já pediu para que seja incluída na pauta do próximo encontro de prefeitos a discussão sobre o lixo. No aterro da Blumeterra existe um sistema moderno de controle das águas subterrâneas através de coleta dos poços de monitoramento. É feito ainda um amplo controle da saúde do pessoal envolvido. E considerando todos esses fatores é que o prefeito quer analisar como melhorar ainda mais o sistema de forma que seja sustentável.
A Blumeterra opera com aterro sanitário em Otacílio Costa desde 2005. Junto com Lages, são os únicos municípios que recebem resíduos de outros municípios. E dentro dessa realidade é que está sendo estudada a criação de um Consórcio Regional de Meio Ambiente, dentro da Amures. O que poderia ajudar a normatizar, regular e fiscalizar o lixo residencial e industrial de todos os municípios.