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Na Amures a média subiu de 4,5 para 5,0 nas séries iniciais

Notas do Ideb na região da Amures mostram estagnação

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     A média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) subiu nas séries iniciais do ensino fundamental, mas caiu nas séries finais e ensino médio nos municípios da região da Amures. Os dados regionais e estaduais refletem a realidade nacional de estagnação. O Ideb é o índice que avalia a educação básica no Brasil, tendo como base a nota da Prova Brasil e os números relacionados às taxas de repetência escolar.
Na Amures a média subiu de 4,5 para 5,0 nas séries iniciais. Mas caiu nas séries finais de 4,0, para 3,7. Os dados não ficam distantes da média nacional, que passou de 5,2 em 2011, para 4,9, em 2013, nos anos iniciais. No Estado a média do ensino médio também caiu de 4,3 para 4,0 pontos nas escolas públicas.
Para o professor e consultor educacional Gilberto Sá, os dados mostram que os municípios da região não se distanciam da realidade de todo o país, onde os números mantêm-se equilibrados. “Diria que nós acompanhamos a média nacional. Não houve crescimento, houve uma estagnação geral”, afirma.
Palmeira foi o município que teve a maior evolução, passando de 3,8 (2011) para 6,6 (2013) nas séries iniciais. O secretário de Educação do município e presidente do Fórum de Secretários de Educação da Amures, Mario Henrique Rodrigues, afirma que o segredo foi o trabalho intensivo, com foco nas turmas que passam pela Prova Brasil.
No final de setembro, os secretários de Educação, gestores de cada município, participarão de curso na Uniplac sobre a elaboração do Plano Municipal de Ensino, que deve prever o planejamento da educação para os próximos dez anos. “É um curso para que os municípios que não têm, consigam elaborar o plano, e os que têm, consigam implementá-lo”, explica.

Ideb – ensino fundamental

Anita Garibaldi
•Anos Iniciais: de 4,2 para 4,8
•Anos finais: de 3,8 para 3,3

Bocaina do Sul
•Anos Iniciais: de 4,8 para 5,5
•Anos finais: de 4,1 para 4,8

Bom Jardim da Serra
•Anos Iniciais: de 3,7 para 5,1

Bom Retiro
•Anos Iniciais: de 5,3 para 4,4

Campo Belo do Sul
•Anos Iniciais: não consta
•Anos finais: 3,7 em 2013

Capão Alto
•Anos Iniciais: não consta
•Anos finais: 2,8 em 2013

Cerro Negro
•Sem dados disponíveis

Correia Pinto
•Anos Iniciais: de 4,7 para 5,2
•Anos finais: de 4,1 para 3,4

Lages
•Anos Iniciais: de 5,1 para 5,2
•Anos finais: de 4,3 para 3,5

Otacílio Costa
•Anos Iniciais: de 4,7 para 5,1
•Anos finais: de 4,0 para 3,6

Painel
•Sem dados disponíveis

Palmeira
•Anos Iniciais: de 3,8 para 6,6

Ponte Alta
•Anos Iniciais: de 3,9 para 4,8
•Anos finais: 3,1 em 2013

Rio Rufino
•Sem dados disponíveis

São Joaquim
•Anos Iniciais: de 4,2 para 4,0
•Anos finais: 3,5 em 2013

São José do Cerrito
•Anos Iniciais: de 5,3 para 4,7

Urubici
•Anos Iniciais: de 5,8 para 4,8

Urupema
•Sem dados disponíveis

Especialista apresenta os passos para elevar a nota

O momento para dar o salto na qualidade da educação é agora. É o que aponta o professor Gilberto Sá. Ele pede atenção especial aos municípios, a quem recai a maior responsabilidade pela educação básica.
Os municípios se preparam para elaborar seus Planos Municipais de Educação, onde serão previstas as ações e metas para daqui dez anos. Sá defende que é preciso estabelecer metas mais ambiciosas e trabalhar efetivamente para que elas sejam atingidas, promovendo a qualidade da educação. “A meta é nota seis para 2020. Mas é pouco para uma prova que vale dez”.

Passos

Para isso, o especialista aponta sete itens importantes para melhorar a avaliação escolar. Segundo ele, um dos fatores a serem levados em consideração é a situação socioeconômica e ambiental em que a criança está inserida. “Famílias precarizadas, com condições que não podem adquirir um livro, complica”, diz.
O segundo item é a necessidade de ter uma equipe técnica gestora preparada, que possa dar solução e encaminhamento às demandas escolares. Ainda deve ser levado em conta o comprometimento de gestores, equipe, professores, pais e alunos com a educação. “Isso tem a ver com uma política de incentivo ao professor, plano de carreira, salários compatíveis, tudo isso é comprometimento”, salienta.
Outro ponto é promover a cultura voltada para resultados nas escolas, junto com a promoção da liderança facilitadora entre pais, alunos e família, através das equipes técnicas pedagógicas.
Também é preciso buscar a formação continuada dos profissionais, além de melhorar a qualidade da formação dos professores ainda na academia. “A universidade precisa estar mais próxima da realidade escolar, porque é ela que está formando esses profissionais”, acrescenta.

Queda nas notas no Estado é justificável

“É uma justificativa plausível”, disse Gilberto Sá sobre a explicação apresentada pela Secretaria de Estado da Educação para a queda das notas do Ideb nas séries finais do ensino fundamental de 4,9 para 4,5; de 4,3 para 4,0 no ensino médio.
O secretário Eduardo Deschamps explicou que a aprovação automática foi implantada em 2007. A medida previa a implementação de programas complementares de acompanhamento e reforço escolar, o que só foi feito em 2013.
A gerente regional de educação, Maria de Fatima Ogliari confirma essa tendência. “Em agosto nós havíamos conversado com o secretário Deschamps e ele previu que isso iria acontecer”, disse.
Ela explicou que ainda não possui as médias das escolas da rede estadual na região, pois após a divulgação das notas do Ideb, na última sexta-feira, a equipe da gerência regional está fazendo a avaliação individual de cada escola, antes de apresentar o balanço local.
A secretária de Educação de Lages, Marimilia Coelho, estava viajando e por isso não foi possível contato para falar sobre o assunto.

Fonte: Correio Lageano