Único prefeito do PFL, entre os 18 filiados da Associação dos Municípios da Região da Serrana (Amures), Antônio Coelho Lopes Júnior, 41 anos, o “Bota”, está à frente de um de seus maiores desafios. Manter a unidade entre os prefeitos e estimular o avanço num momento em que as prefeituras enfrentam as piores crises.Eleito por consenso, o prefeito de Capão Alto vai se inspirar em sua trajetória como vereador e nos princípios que o conduziram à prefeitura, também num consenso. Técnico agrícola, o presidente da Amures pretende fortalecer as prefeituras pela base.
Quer a associação mais atuante no varejo e uma mobilização maior dos prefeitos nos pleitos regionais. Atento às macro-prioridades, Antônio Bota quer provocar os prefeitos à discussão do que se fazer nas prefeituras para que as administrações deslizem sobre o eixo do desenvolvimento. Como descreve nesta entrevist
Amures: Como nasceu sua candidatura à presidência da Amures?
Antônio Bota: Todo prefeito tem esse anseio. Ainda mais quando se vê que a Amures está madura, forte e atuante. Tive inspiração no início do ano passado e agora concretizei este objetivo. O que estou tendo é uma oportunidade e pretende não decepcionar meus colegas prefeitos.
Amures: Mas o que o atrai na associação?
Bota: É importante falar acima de tudo, que a Amures é uma vitrine. Seja para um cargo político ou para se projetar no âmbito regional. Não é meu caso. Não sou mais pretensões políticas. Dentro da Amures é possível desenvolver um bom trabalho em prol da região. É isso que me atrai. Este desafio de deixar uma marca e dar minha contribuição num âmbito maior. A equipe de colaboradores da associação é altamente técnica e competente. E isso motiva qualquer prefeito a buscar a um novo aprendizado.
Amures: Não é também uma realização pessoal?
Bota: Sim. Não há como negar. É um cargo a mais em meu currículo, porque é uma missão que vai além do fato de ser prefeito. Tem de pensar no todo. E o todo é a região.
Amures: Qual será seu foco administrativo?
Bota: Acima de tudo devemos estar unidos. Com os pés nos chão, vamos batalhar para manter os prefeitos coesos. Em segundo lugar, vamos pensar nas oportunidades que podem ser criadas para os municípios. Como fazer isso? A partir de análises e diagnósticos com os prefeitos. Ninguém melhor que o prefeito conhece a realidade de seu município. Na primeira assembléia de prefeito, já vamos avançar nestas questões. Tendo as soluções das pequenas coisas nos municípios, encontraremos as soluções macros. Vamos pensar no varejo sim.
Amures: E as questões regionais?
Bota: Também integram as prioridades. O Procon Regional, o Aeroporto Regional, as questões sanitárias vistas de forma mais ampla e as ações de infra-estrutura, são pautas que não vamos esquecer. A BR-282 é a espinha dorsal para o desenvolvimento da região. Mas nada disso adianta, se as prefeituras estiverem inviabilizadas. As soluções macro e micro, tem de andar juntas.
Amures: O que é o senhor entende como varejo administrativo?
Bota: O transporte escolar é um exemplo. A contabilidade de alguns municípios. Às vezes os técnicos das prefeituras têm dificuldades na área da saúde. E a Amures atuará como alicerce, buscando soluções amiúde. Até vou propor na Assembléia de prefeitos a ampliação do quadro técnico. A Amures tinha inicialmente um problema de espaço físico. Foi superado. Agora vamos ampliar o quadro de colaboradores para atender melhor as prefeituras.
Amures: A questão política regional está favorável à nova realidade da Amures?
Bota: Primeiro é bom falar que a Amures não é uma entidade de ação política partidária. Mas de política regional. Independente de quem seja o presidente, nenhum prefeito, jamais deve ser discriminado. A bandeira da associação é a união e o municipalismo. Agora, no âmbito regional vemos boas perspectivas. Se por um lado perdemos duas cadeiras na Assembléia Legislativa, por outro ganhamos um senador da República. A nomeação de Ceron para a Secretaria de Estado da Agricultura e de Ivan Ranzolin para a SC-Gás representa grandes avanços. Assim como o Coruja na Câmara Federal e o Elizeu Mattos na Assembléia. Nossa região se fortaleceu politicamente e está voltando a ser o centro da discussão política de Santa Catarina. As decisões políticas hoje passam por aqui. Não tenho dúvidas disso.
Amures: E como fazer com que este cenário conspire em favor do desenvolvimento regional?
Bota: Será uma tarefa não só da Amures. Mas das entidades regionais. A Acil, o Conselho de Desenvolvimento Regional, a Secretaria Regional, as instituições de ensino superior, associações, sindicatos e entidades diversas. Tem de botar as cabeças pensantes em favor deste processo. Ouvir as pessoas e buscar soluções coletivas. As idéias se fortalecem e se materializam pela determinação.
Amures: Como o senhor analisa o Consórcio de Saúde?
Bota: É o braço direito da associação. Está sendo a salvação das prefeituras. Funciona e muito bem. Estão reconhecidos seus serviços pela Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde. Só isso, traduz sua importância. A Nalú é a grande arquiteta e mostrou que o mecanismo de consórcio público funciona. Principalmente aos pequenos e médios municípios.
Amures: Quando será sua posse?
Bota: Na segunda semana de fevereiro. A data ainda não está definida, porque pretendemos trazer o senador Raimundo Colombo e o governador para prestigiar a solenidade. Vamos tentar conciliar com a agenda deles.