Em apenas dois dias, Otacílio Costa registrou o volume de chuva equivalente de um mês. Entre quarta e quinta-feira, a precipitação pluviométrica foi superior a 140 milímetros. E o resultado não poderia ser diferente. Várias casas invadidas pelas águas e cerca de 40 famílias removidas para casa de parentes, amigos, salão da igreja e ginásio municipal de esportes.
O prefeito Luiz Carlos Xavier, o “Tio Ligas” acompanha a remoção de famílias desde e chamou para reunião no início da tarde desta quinta-feira, a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e as secretarias municipais envolvidas diretamente com a situação. “Entre a meia noite de quarta-feira e meio dia de quinta foram registrados 65 milímetros de chuvas. E não era essa a previsão”, disse o prefeito.
Só na quarta-feira foram 77 milímetros de chuvas e o pior está por vir, segundo o prefeito, pois o nível do rio Canoas sempre sobe por até uma semana depois que param as chuvas. “Estamos monitorando o rio Canoas e só está aumentando. Em média, quase meio metro a cada 12 horas”, revelou o prefeito. No início da tarde desta quinta-feira, o Canoas estava 5,43 centímetro acima do normal.
Os bairros mais atingidos são o Vila Fátima, Poço Rico e Novo Mundo. Na reunião o prefeito definiu como cada grupo de trabalho atuará no enfrentamento dos problemas. Uma equipe cuidará das demandas de interior, outra o transporte dos atingidos para abrigos, outra da parte de comunicação e avisos e assim sucessivamente. Mais de 50 pessoas foram mobilizadas para enfrentar os alagamentos.
Suspensas as aulas no interior
Como chove forte desde quarta-feira, as aulas no interior foram suspensas e a previsão de retorno é para segunda-feira. “Caso volte a chover forte remarcaremos outra data para retorno das aulas”, avisou o prefeito. Vários bueiros foram arrastados pela força das águas e pontilhões ficaram encobertos, por isso foram suspensas as aulas, pois não há menor condição de segurança dos alunos.
O decreto de situação de emergência com duração de 90 dias foi assinado pelo prefeito e um levantamento detalhado iniciou na tarde desta quinta-feira. As equipes de trabalho estão de prontidão inclusive, para construir uma passarela sobre o rio Desquite caso venha a deixar o bairro Vila Fátima ilhado, como ocorreu em 2011.
A Polícia Militar está realizando rondas nas áreas atingidas para que não ocorram saqueamentos e furtos. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil também auxiliam para segurança dos atingidos. A ordem do prefeito foi para que todas as equipes permaneçam atentas inclusive no final de semana para qualquer situação mais emergencial.