A concentração das receitas pela União e o aumento das competências assumidas pelos municípios foram o principal tema do debate e muitos prefeitos se manifestaram com crise financeira dos municípios. Lembrando que os prefeitos da associação já haviam anunciado um pacote de contenção de gastos neste ano. Na assembléia parte dos prefeitos catarinenses levantaram a possibilidade de fechar as portas das prefeituras por uma semana. E ficou aprovado que a iniciativa será discutida com as associações regionais de municípios, para depois buscar uma adesão nacional. O grupo não tem data agendada, e nem certeza do que irá acontecer, mas pretendem ter uma decisão até o final do ano. Apesar de não ter 100% de apoio, nenhum dos presentes manifestou-se contra a proposta.
No encontro, os mandatários das prefeituras catarinenses reclamaram de um aumento nas responsabilidades com salários de professores e médicos sem que o governo federal e o Estado aumentassem na mesma proporção os repasses para sustentar as despesas. Apesar de a arrecadação ter crescido desde 2005, eles afirmam que as obrigações superaram o aumento. O diretor executivo da Fecam, Alexandre Alves, disse que há uma complicação financeira generalizada na situação dos municípios e que a entidade estaria tentando realizar mudanças na legislação para aumentar a parte da arrecadação que é repassada aos municípios.
Relembre: Prefeitos da AMURES anunciam pacote de contenção de gastos
No mês de Agosto os prefeitos da região da Amures, foram convocados para uma reunião no auditório da associação onde em consenso, anunciando um pacote de contenção de gastos, pois segundo o grupo "acendeu a luz laranja" nas administrações municipais. Conforme a entidade, o desequilíbrio financeiro dos municípios decorreu, principalmente, das obrigações federais e estaduais como contrapartidas. São instituições como Samu, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência da Assistência Social, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Conselho Tutelar, Epagri, Cidasc e apoio ao funcionamento dos órgãos judiciais que acabam incidindo na folha das prefeituras. "Nesses casos as prefeituras tem de complementar as despesas e vai comprometendo a receita" lamenta o prefeito de Correia Pinto e vice-presidente da AMURES, Vânio Forster, por exemplo.