Para Zilda Soares Teixeira, o curso de artesanato não apenas possibilita ensinar habilidades manuais, como também oportuniza conquistar amizades, "jogar conversa fora", dividir experiências, receber lições de vida, dar gargalhadas de felicidade
As mãos experientes de senhoras se confundem com a agilidade das mãos de jovens que decidiram encontrar-se para dividir momentos de descontração misturados à concentração e detalhismo todas as tardes de terça-feira, no bairro Santa Helena, à base de fuxico. Mas não se trata de fofocas, e sim, da arte de formar singelos círculos de tecido em forma de flor, para enfeitar roupas, bolsas, toalhas, calçados e a cabeça das mulheres.
E, para comemorar a união e o espírito de equipe, a psicóloga da Associação de Assistência Social, Trabalho e Cidadania (Samt), Luciana Lima, ministrou, na tarde desta terça-feira (25), uma palestra ao núcleo de artesanato com fuxico, do Projeto Ciranda, desenvolvido pela Samt, no Santa Helena. Ao todo, 54 bairros são contemplados. Luciana prendeu a atenção do grupo feminino com abordagens subjetivas e positivas, em que o otimismo e a fé foram os protagonistas.
Com dinâmicas e música, a psicóloga conseguiu atrair os olhares e o coração das mulheres de diversas idades. Nem a monitora Claudirene de Fátima Furtado Nunes ficou de fora. "Nós estamos aqui para lembrá-las que vocês são muito especiais para o Ciranda. Quando seu nome foi pensado, queria-se um nome forte, que lembrasse união, mãos dadas, por isso, teremos, ao final do ano, uma ciranda firme, forte e alegre, que remeta a infância inesquecível", explica Luciana, enquanto segura as mãos das participantes.
O grupo produz peças, como cortinas de fuxico, detalhes para panos de prato e toalhas, e está junto há cerca de três meses. "O curso está encerrando. Daqui duas semanas inicia-se o crochê", avisa Claudirene. O terceiro curso a ser realizado no bairro em 2013 será o de patchwork, após o término do de crochê. Além do trabalho manual, a Samt oferece aos núcleos de artesanato, espalhados pela cidade, orientações sobre economia doméstica, com palestras do Banco da Família, saúde bucal, educação física e nutrição. "Que esse ambiente de conhecimento e lazer traga sempre a vocês coragem, respeito e amor ao que estão fazendo", deseja a psicóloga.
"O curso foi o remédio para a depressão"
Para Zilda Soares Teixeira, 51 anos, o curso de artesanato não apenas possibilita ensinar habilidades manuais, como também oportuniza conquistar amizades, "jogar conversa fora", dividir experiências, receber lições de vida, dar gargalhadas de felicidade, sem culpa. "Sou do lar, passo boa parte do tempo em casa quando não estou com as meninas. Todos têm problemas na vida. Eu tive depressão e depois que comecei a frequentar o grupo não sei mais o que é a doença. Estou muito feliz, me sinto muito bem", confessa a senhora natural de Uruguaiana (RS).
Zilda mora em Lages há quatro anos, aonde chegou sem parentes ou mesmo conhecidos, e que agora, ao lado de amigas, fabrica as peças para uso próprio e da filha de 22 anos, mas não descarta a vontade de ver seus produtos à mostra nas vitrinas. "A gente compra tecido, se dedica, aprende e reaprende, agora eu já sei fazer. Não seria nada mal comercializar as peças", projeta Zilda, aluna também de um curso de tricô e já candidata ao de crochê da Samt. "A vida da gente é assim: cheia de altos e baixos. Por isso temos de aproveitar bem os bons momentos. Adoro os cursos! Faço o que gosto e aconselho a todos a procurar atividades sadias e que fazem rir", indica a aluna.
Fonte: Assessoria de Imprensa Prefeitura de Lages