Faixas, cartazes com dizeres de justiça e silêncio. Assim deve ser a manifestação pública que acontece a partir das 14 horas desta terça-feira em Campo Belo do Sul. Moradores inclusive do interior estão mobilizados e todos pedem segurança pelos bárbaros assassinatos da aposentada Seraselia Neis da Silva, 74 anos e sua filha, Marlene Catarina Pletsch, 52 anos, ocorrido na quarta-feira da semana passada.
Tensão e medo são o que melhor traduz hoje, a sensação da comunidade em Campo Belo do Sul, segundo o prefeito Edilson José de Souza. "Até para ir à escola as crianças estão com medo. Há um certo pânico geral na população. Temos de reverter este clima", desabafa o prefeito que é padre e revela nunca ter visto algo nada parecido.
Não se tem números oficiais, mas a manifestação de amanhã deve reunir mais de 200 pessoas. Elas passarão em frente de órgãos como Delegacia de Polícia, Fórum, Câmara de Vereadores, Prefeitura e nas ruas centrais do município. "Pela movimentação que percebemos deve ser muito grande a manifestação", adiantou o prefeito.
O comércio local deve aderir à manifestação e vai engrossar os pedidos por segurança e reforço do policiamento. Mesmo uma semana após o duplo assassinato, os moradores estão chocados. O que é certo até agora é que, Campo Belo do Sul vai parar nesta terça-feira para refletir sobre a falta de segurança que amedronta a todos.
As mortes
O assassinato de Seraselia Neis e Marlene Pletsch acendeu o estopim da insegurança em Campo Belo do Sul. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio. Mãe e filha foram encontradas mortas dentro de casa. Ambas foram executadas com tiros de revólver na cabeça, na localidade de Morro do Chapéu, a cerca de quatro quilômetros do perímetro urbano do município.
O que deixa a população atônita é que foi o segundo caso de duplo assassinato num período de cinco meses. Em setembro, o casal Jaime José Ferreira de Morais e Terezinha Ribeiro de Morais, ambos com 54 anos, moradores da localidade Mato Queimado, foram mortos também em casa.
No caso da semana passada, a vítima Marlene Pletsch era mulher do vereador licenciado e secretário municipal de Agricultura e de Obras, Edemar Pletsch.