O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) irá capacitar 7 mil produtores rurais gratuitamente em Santa Catarina. São 438 cursos distribuídos pelo estado, mas que, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Catarina em Lages, Luiz Carlos Peron são de difícil acesso.
Ao todo são 56 cursos oferecidos para a Serra Catarinense, que vão formar cerca de 900 pessoas. Para Peron, a qualificação peca na parte prática, e a falta de divulgação acaba impedindo que a oferta chegue nos produtores.
Para ele, os cursos são de extrema importância, pois a assistência técnica de órgãos como Epagri e Cidasc não dá conta de todos os moradores do interior. Ele cita o caso do filho dele, onde o desconhecimento acabou trazendo problemas para a produção. "Ele ganhou a semente para plantar girassol, mas não sabia que produto usava, quando plantava, quando colhia…"
Entre as necessidades primordiais para a Serra Catarinense, explica Peron, está a formação na área de apicultura, manejo pecuário, manejo de árvores frutíferas, produção de derivados de leite e de uso consciente de defensivos agrícolas.
Dos 56 cursos oferecidos pelo Senar, apenas seis abarcam as áreas citadas por Peron. Outros sete são referentes a uso de carne para embutidos; sete de informática; três referentes a cultivo de hortaliças; e um de gestão de propriedades rurais. Os outros 32 são voltados para artesanato, em uma iniciativa que o Senar chama de ‘promoção social'. "Precisa qualificar a agricultura familiar", ressalta Peron.
Destes 32, nenhum trata de vime, onde cerca de 90% da produção da Serra Catarinense é enviada para fora a fim de agregar valor. Isto poderia ser feito nos municípios de origem, segundo Peron, mas não existe cursos de qualificação para isso.
Apesar de serem regionalizados, São Joaquim, onde 42% da população vive na área rural, não vai receber nenhum dos cursos oferecidos pelo Senar. Lages terá um, de bordado.
O superintendente do Senar em Santa Catarina, Gilmar Zanluchi ressalta que os treinamentos propõem novas alternativas de renda às famílias rurais. "São maneiras de aperfeiçoar o conhecimento dos produtores sobre as atividades que já desenvolvem ou de oferecer novas possibilidades de produção agropecuária para ampliar os ganhos das propriedades e garantir melhor qualidade de vida para quem vive no campo".
Fonte: CLMais/AMURES