Ideb e a qualidade da educação Lages

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     O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 mostra que Santa Catarina ficou acima da média nacional. O Ministério da Educação (MEC) divulgou as notas em agosto e as escolas da Serra Catarinense tiveram resultados menores do que as instituições de cidades litorâneas. Os profissionais da área acreditam que há iniciativas escolares que não são consideradas na Prova Brasil e no Censo Escolar, avaliações utilizadas para o cálculo do Ideb. Mas que complementam o ensino em sala de aula.
Professores e gestores de escolas públicas estaduais de Lages e Curitibanos estão reunidos até esta quinta-feira (4) em palestras, mesas redondas e apresentações artísticas. O evento "Os impactos da pós-graduação em Educação na educação básica na Serra Catarinense", acontece desde o dia 2, na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). A iniciativa busca discutir o desempenho de alunos de escolas e a formação e atuação dos professores.
As médias catarinenses ficaram acima das nacionais e também aumentaram em comparação a 2009. No ensino fundamental a média nacional nos anos iniciais é 5.1 e em Santa Catarina 5.7. Nos anos finais 3.9, a nacional, e 4.7 no Estado. Já no Ensino Médio, enquanto no Brasil a média é 3.4, em Santa Catarina o índice sobe para 4.0.
Em Lages, os melhores resultados foram das escolas municipais Juscelino Kubitschek de Oliveira, no bairro Santa Maria, e Ondina Neves Bleyer, no Sagrado Coração de Jesus. As Escolas Municipais Professora Belisária Rodrigues (3.7) e Lupércio de Oliveira Koeche (3.8), tiveram os índices mais baixos.
A professora Malu de Almeida é coordenadora do Observatório da Educação Básica, na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). Ela conta que as pesquisas acontecem com as escolas públicas estaduais a partir de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), de 2009. O trabalho sobre a formação do professor de Português e Matemática e o desempenho dos alunos da 4ª série e 5º ano, também da 8ª série e 9º ano, será finalizado em 2012.
"As escolas que tiveram baixo desempenho têm uma preocupação exacerbada com a parte pedagógica, a maioria dos profissionais é comprometida e trabalham muito mais do que 40 horas semanais", mostra Almeida. Ela reforça que a nota não representa tudo o que acontece no processo pedagógico. Fatores como o acompanhamento familiar e pedagógico, o desenvolvimento de projetos, apoio aos professores, dinamismo dos gestores e o envolvimento de toda a comunidade escolar não são mensuráveis no Ideb. Mas que podem estar presentes nas escolas.
Malu acredita que existe fidelidade na maioria das avaliações e é preciso pensar naqueles que não atingiram o desempenho esperado para não denegrir a imagem da escola. Mas sim, buscar um direcionamento pedagógico. "O que a escola está fazendo com essa avaliação? Perde-se tempo comparando a nota de uma com as outras", completa a professora.

Além dos itens das avaliações

A gerente regional de Educação, Fátima Ogliari, afirma que a pesquisa da Uniplac é uma parceria. "A gente quer mostrar aos professores e alunos da Serra Catarinense que a Prova Brasil é um instrumento de avaliação do ensino aprendizagem, mas não o único", ressalta. Ela conta que as escolas tem diferenciais que fazem com que os estudantes se tornem cidadãos. Ogliari destaca que apesar do aumento dos índices, a educação deve ser trabalhada todos os dias.
O diretor da escola Vidal Ramos Junior, Adir Sá, diz que o resultado bom ou mal se deve a uma série de fatores. A escola obteve a melhor nota entre as estaduais da cidade. Sá acredita que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um espelho atual de uma instituição. Segundo ele, o consenso dos profissionais resulta em bons resultados. Ele aponta os professores como os principais responsáveis pelos resultados.
"Educar é complexo. Há quatro ou cinco eventos significativos por ano que não são computados", revela Sá. O diretor explica que as regras para o ensino vêm do MEC e os profissionais ficam, muitas vezes, atrelados a pessoas que não têm contato diário com a sala de aula.


Fonte: CLMais/AMURES