Produtores de maçã recebem crédito de R$ 300 milhões para reorganizar dívidas

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     O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma linha de R$ 300 milhões para a reestruturação das dívidas dos produtores de maçã do país. A notícia era aguardada há pelo menos quatro anos e foi confirmada nesta quinta para o diretor de operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Neuto de Couto. Ele acredita que pelo menos metade destes recursos deve vir para Santa Catarina.
De acordo com Couto, que está à frente do banco que responde por cerca de 90% das operações de crédito ligadas ao setor na região Sul, a resolução ameniza o problema de perdas de safras registrado na última década.
– O setor vive uma crise neste período porque, nos últimos 10 anos, teve em sete deles problemas com a produção causados por geadas e granizo. Agora, com este recurso, os produtores deixam de ser inadimplentes e podem acessar, novamente, linhas de crédito para voltarem a produzir.
A expectativa de Couto é de que a resolução seja publicada nesta sexta e que possa começar a valer na segunda. Os recursos serão utilizados pelos produtores com dívidas vencidas ou a vencer, com o limite de até R$ 5 milhões por propriedade. Será oferecido um ano de carência, com os produtores pagando os saldos devidos a partir do segundo e com prazo de 10 anos. A taxa de juros será de 7,5% ao ano.
Moisés Lopes de Albuquerque, diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), com sede em SC, diz que os R$ 300 milhões são suficientes para atender a todo o setor, mas o teto de R$ 5 milhões por produtor pode não contemplar a todos, especialmente na região de Fraiburgo, no Meio-Oeste, onde se concentram grandes empresas.
A produção brasileira, concentrada nos três estados do Sul, é de 1,2 milhão de toneladas por ano. Apenas SC, maior produtora do país, produz 680 mil toneladas.

Fonte: Clicrbs