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Suasa vai tirar agroindústrias da clandestinidade

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     O prefeito de Lages, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico, Meio Ambiente, Atenção à Sanidade dos Produtos de Origem Agropecuária e Segurança Alimentar da Serra Catarinense (Cisama), Renato Nunes de Oliveira vistoriou na sexta-feira, os 18 veículos que serão repassados aos municípios na sexta-feira desta semana, dia 10 de agosto, na solenidade de aniversários de 44 anos da Amures.
Renatinho que era presidente da associação dos municípios, quando foi constituído o consórcio, disse que não foi por acaso que a região está consolidando este grande feito. E observou que os veículos e os escritórios estruturados para implantar o Sistema Único de Atenção à Agropecuária (Suasa), são apenas os meios para que a região tenha um selo de identidade e origem. Em breve será pleiteado o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar.
"Começamos neste momento a instrumentalizar e dar condições para que as agroindústrias familiares saiam da clandestinidade e possam levar seus produtos para as gôndolas dos supermercados. Este projeto é inédito em Santa Catarina e modelo para outras regiões do Pais", declarou Renatinho acrescentando que os resultados hoje obtidos são fruto de um trabalho de continuidade e seriedade dos prefeitos.
O programa do Suasa possibilitará criar uma identidade regional dos produtos da agroindústria familiar. Além dos veículos modelo Gol, zero quilômetro, 18 escritórios equipados serão repassados para dar suporte técnico e orientação às agroindústrias familiares. O investimento total na compra dos veículos e escritórios chega a R$ 529 mil, sendo R$ 331 mil do Ministério do Desenvolvimento Agrário e R$ 198 mil contrapartida das prefeituras.
Dentre os equipamentos de escritórios constam laptop, projetor, impressora, mesa, cadeira e smartphone. Além de buscar a sanidade agropecuária dos produtos das agroindústrias familiares, o Suasa tem como meta consolidar uma proposta de permanência do homem no campo, com renda e qualidade de vida. E para tanto será criada uma marca regional dos produtos da Serra Catarinense denominada "Sabor Serrano".
Hoje mais de 90 agroindústrias familiares estão cadastradas para ser assistidas pelo Suasa. São produtores de derivados de carnes, panificação, doces, frutas, derivados de leite como iogurte e hortigranjeiros em geral. Até pinhão manipulado poderá ter o selo de inspeção e ser comercializado livremente em toda região.


Maycon quer inspecionar iogurte

Visualizando uma perspectiva de futuro melhor, o ex-vendedor Maycon Jackson Batista, 33 anos trocou os negócios em Itapema no litoral, pelo interior de Correia Pinto, na localidade Santo Antônio. Há dois anos e meio ele a mulher e dois filhos sobrevivem numa área de onze hectares onde a atividade principal é a produção de cordeiros para abate.
Mas foi na entressafra da produção de cordeiros que Maycon descobriu a produção de iogurte. Fez curso pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e hoje, processa cerca de 150 litros do produto por semana. Há seis meses, o agora produtor rural familiar produz iogurte e vende de porta em porta. "Minha meta é entregar o iogurte na merenda escolar" revelou.
Mês passado o iogurte produzido por Maycon foi destaque numa Feira Mundial de Produtos da Agricultura Familiar, em Florianópolis. Ele tem apoio da prefeitura e explica que não é adicionado nenhum tipo de conservante no produto. Além de mais saudável, o iogurte é mais barato e o litro é vendido por apenas R$ 5,00.
A meta de produção para o próximo ano é chegar a dois mil litros/mês. Para tanto Maycon comprou uma máquina de pasteurização de iogurte e revelou que tendo a inspeção sanitária do Suasa pretende comercializar em toda região. "Esta condição que cria a Amures com a inspeção sanitária vai tirar as agroindústrias da clandestinidade e eu serei beneficiado em muito. Assim como toda minha família", revelou.
O responsável pelo Suasa em Correia Pinto, biólogo Mauro do Amarante Melo, informou que 14 agroindústrias familiares estão cadastradas para ser assistidas pelo programa. São unidades de derivados de carne, panificação, derivados de leite, poupa de tomate e hortaliças. "O Suasa é uma luz no fim do túnel. Muitas famílias abandonaram o interior por falta de um programa como este e agora poderão retornar", comemora.