O Ministério da Saúde está monitorando os casos de influenza em Santa Cataria e enviou, esta semana, dois técnicos que apoiarão a secretaria estadual e as secretarias municipais de Saúde na análise dos casos e na elaboração de uma resposta efetiva.
Em Santa Catarina, foram notificados, em 2012, 231 casos confirmados de influenza pelo subtipo do vírus A H1N1e 22 óbitos. Desses óbitos, quatro ocorreram em Blumenau, um em 17 de maio, um no dia 4 de junho, um em 10 de junho e o último, no dia 13 de junho. Durante a pandemia de 2009, foram registrados 159 óbitos no país.
O subtipo do vírus de influenza denominado A H1N1 surgiu em 2009, no México, e foi responsável pela pandemia registrada naquele ano. Em agosto de 2010, com base nos dados epidemiológicos registrados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia como encerrada.
Mesmo com o fim da pandemia, o subtipo A H1N1 2009 continua circulando no mundo inteiro, agora produzindo apenas surtos localizados, pois a maioria das pessoas já está protegida contra ele, seja porque tiveram a infecção natural em 2009 (estima-se que até 30% da população pode ter tido influenza pelo subtipo A H1N1 2009) ou porque se vacinaram nas campanhas realizadas em 2010, 2011 e 2012. No Brasil, a campanha de influenza para o inverno de 2012, recentemente realizada, atingiu cobertura acima de 80%, uma das mais altas do mundo.
Além da garantia da vacinação dos grupos vulneráveis, o Ministério da Saúde revisou e divulgou, em 2011, um novo Protocolo de Tratamento da Influenza, visando atualizar os profissionais de saúde com as medidas adequadas para reduzir a transmissão e evitar os casos graves pelo subtipo A H1N1 2009. Entre essas medidas, destacam-se:
1. Ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável;
2. Procurar um serviço de saúde caso apresente a síndrome gripal, que é definida pelo surgimento, simultaneamente, de febre de início súbito, mais tosse ou dor na garganta, mais cefaleia (dor de cabeça) ou mialgia (dor nos músculos) ou artralgia (dor nas articulações);
3. Quando se comprovar que há circulação do subtipo A H1N1 2009, os médicos devem prescrever o antiviral oseltamivir, o mais precocemente possível, sem aguardar resultados de laboratório ou sinais de agravamento, em todas as pessoas que apresentarem a síndrome gripal, particularmente nos grupos vulneráveis para complicações, como as gestantes, crianças pequenas, idosos, obesos e portadores de doenças crônicas.
Não há indicação para suspender atividades sociais ou aulas, porque isso não se mostrou efetivo para reduzir a transmissão do A H1N1 2009, servindo apenas para criar uma sensação de insegurança nas pessoas. A utilização da vacina, nessa situação atual, também não é recomendada porque a produção de anticorpos contra o vírus da influenza só se inicia após duas semanas da aplicação, não garantindo a proteção imediata, que seria necessária num surto que geralmente é de duração muito limitada. Estudos realizados durante a pandemia mostraram que a medida que se revelou mais eficaz para evitar casos complicados e óbitos é o acesso rápido ao antiviral oseltamivir.
O Ministério da Saúde descentralizou, desde 2011, um estoque suficiente desse antiviral para todos os estados brasileiros e mantém um estoque estratégico capaz de suprir qualquer nova necessidade.