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Geadas em plena primavera causa prejuízos à fruticultura

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     A FORMAÇÃO de geadas em plena primavera descortina aos poucos, um nebuloso prejuízo à fruticultura de toda a Serra Catarinense. O resultado poderá ser uma oferta pequena na safra que se inicia em final de dezembro e preços bem elevados.
A previsão é do presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra (Amap), Antônio Carlos Anelmo, que indica uma perda de 10% na produção de São Joaquim e mais de 70% em Urupema.
A geada em pontos isolados na manhã desta terça-feira, foi mais um duro golpe aos fruticultores. Em Urupema a temperatura na relva foi 0,6° negativos, às 7h45min.
O que deixa os fruticultores ainda mais preocupados é que a meteorologia indica a possibilidade de mais geadas na próxima semana.
Apesar de ser um fenômeno bonito e apreciado por moradores e turistas, a ocorrência de geada nesta época é fatal nas áreas de pomar. O frio excessivo queima o interior do fruto e em poucas horas se desprende do ramo.
Nesta época do ano, pelo menos 95% dos pomares já concluíram a floração. A ocorrência de geada na flor da maçã ou da pêra é sinônimo de árvore sem fruto.
"A geada não é uniforme. Atingiu pontos isolados, mas em muitos pomares. Os primeiros levantamentos indicam só em São Joaquim, uma perda de 25 mil toneladas de maçã", afirma o presidente da Amap.
Nesta tarde, a técnica da Defesa Civil no estado, Cleonice Forster, esteve em visita a um pomar na localidade do Cedro, do produtor Cleber Medeiros, e pode constatar o tamanho dos danos.
Segundo a engenheira agrônoma, Márcia Pinto de Arruda, a fruticultura foi afetada em todas as localidades do município. Na comunidade do Cedrinho, por exemplo, muitos pomares tiveram perda total.
Nesta terça-feira (19), a perita da Defesa Civil do Estado, Cleonice Forster, esteve em Urupema, na localidade do Cedro, no pomar do fruticultor Cleber Medeiros, e constatou os prejuízos causados pelas geadas.
O município produz por ano uma média de 22 mil toneladas e 15,4 mil toneladas nem atingirão a maturidade. Já se confirmaram pomares com perda total em Urupema.
O prefeito de São Joaquim, José Nérito de Souza, decretou estado de emergência e em Urupema, o prefeito Amarildo Gaio decretou estado de calamidade pública. Além da maçã, outras frutas como uva, pêra e ameixa, também estão sendo castigadas pelas geadas tardias.
O fruticultor Cau Bolzani, confirma a perda de 50% da produção danificada pelas geadas. Na Serra são mais de 2.100 fruticultores que são responsáveis por 29% da produção nacional da maçã.