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Só renegociação salva fruticultura da maior crise econômica

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      RESPONSÁVEL por 70% da base econômica da região, a fruticultura amarga uma dívida estimada em R$ 170 milhões e está com os dias contados se não renegociar dívidas que se arrastam há dez anos.
A revelação é do presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra (Amap), Antônio Carlos Anselmo que concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira na Amures, junto com o prefeito de São Joaquim, José Nérito de Souza.
Desde junho está sendo tentada a renegociação das dívidas com o Ministério da Agricultura. E até os governadores do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram mobilizados pela causa.
O maior calo dos fruticultores é o aumento dos custos de produção. De acordo com o presidente da Amap, a remuneração do fruticultor está aquém do custo de produção. "O fruticultor está descapitalizado. O setor está desorganizado e a logística de comercialização é falha. Hoje a média de remuneração a nível de pomar é R$ 0,45 centavos, enquanto que nos supermercados a maçã custa até R$ 3,99, o quilo", compara Antônio Carlos Anselmo.
Segundo o prefeito José Nérito, somadas, as dívidas de fruticultores dos cinco maiores municípios produtores da região atingem a casa dos R$ 140 milhões. "O pior é que 10% dessas dívidas estão vencidas. E algumas sendo executadas e os produtores com o nome lançado nos organismos de controle de crédito", lamenta o prefeito. A inadimplência é sentida não apenas no Estado, mas nos demais estados do Sul.
Na audiência que os prefeitos e as associações de fruticultores tiveram em Esteio, no Rio Grande do Sul e com os agentes financeiros, ficou o pleito para que, as dívidas vencidas até 2010, sejam prorrogadas por mais um ano. Também reivindicam a renegociação do conjunto de dívidas com o governo federal no prazo de 30 anos.
"Nós assumimos também o compromisso de reestruturar o setor, desde a base produtiva até a comercialização", explica o presidente da Amap. O que buscam os fruticultores é estabilidade econômica até 2050.
Do contrário a atividade estará inviabilizada em cinco anos. "Se algo não for feito agora, não precisará mais que cinco anos para ocorrer uma quebradeira em cadeia no setor. Pelo simples fato de que o fruticultor não tem capacidade nem de pagamento nem de endividamento", alerta o prefeito joaquinense.