O RESULTADO do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostra um avanço nos níveis da educação brasileira. Lages acompanha a média nacional e os anos iniciais (de 1ª a 4ª série) são os melhores colocados, cumprindo as metas de qualidade estipuladas pelo Ministério da Educação.
Em Lages, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) avaliou 27 escolas municipais e 21 estaduais, em três níveis de escolaridade: de 1ª a 4ª série, de 5ª a 8ª série e ensino médio.
Destes, os melhores índices estão nas séries iniciais, na qual se cumpriu a meta de 2009 e até se ultrapassou as metas de 2011.
A rede municipal de ensino, embora com pouca diferença. O mesmo vale para o estado, que está entre os cinco melhores do Brasil.
"Os dados das séries iniciais são melhores que o das séries finais, porque o professor fica mais tempo com o aluno, convive mais com ele, tem em geral muitas vezes 40 horas dedicadas só aquela escola", afirma o Conselheiro Estadual de Educação, Gilberto Sá, que faz análise dos dados de toda a Serra Catarinense.
Quanto aos índices do ensino médio, que menos cresceram, o conselheiro os considera alarmantes.
"Nosso ensino médio hoje é muito dispersivo, ele não prepara o aluno, está sem rumo, não há nem um atrativo para os nossos alunos e por isso eles largam a escola e vão trabalhar, tem muita gente sem o ensino médio, fora da escola", considera.
Mesmo com este problema, Gilberto Sá não deixa de salientar o bom desempenho das notas. Veja os índices do Brasil e da cidade nas tabelas abaixo.
Capacitação de professores gera bons resultados
Os índices do Ideb foram comemorados tanto na educação municipal, quanto na estadual. Nas duas redes a melhora nos índices é atribuída à parceria entre família e escola e à formação continuada dos professores.
A secretária de Educação de Lages, Sirlei Rodrigues, destaca que os índices vêm crescendo a cada ano e adianta que há muito o que se fazer para manter e melhorar a média geral do município.
Ela ressalta o empenho e a dedicação dos profissionais da área e cita que a formação continuada de professores, que trabalham projetos envolvendo as disciplinas de português e matemática (avaliada pelo Ideb), além de outros interdisciplinares, colaboram de forma expressiva para atingir as metas.
"Também trabalhamos para conscientizar os pais para viverem dentro da escola, dando apoio e suporte aos alunos, por isso já estipulamos datas, como o Dia da Família na Escola, para trazer os pais para a realidade escolar", explica.
Para a gerente de Educação estadual, Maria de Fátima Ogliari, os avanços na área começaram acontecer a partir de 2007, quando se iniciou a formação continuada de professores.
"A partir deste ano a questão pedagógica virou prioridade", fala. Na rede, segundo ela, a participação dos pais acontece, mas poderia ser maior, porém sente uma mudança de comportamento com ações que a escola realiza para chamá-los a participar.
Escola e comunidade juntas
Na Escola municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira, os índices superaram a expectativa e a escola já ultrapassou a meta estipulada pelo Ministério da Educação, para 2019.
Para a diretora, Sandra Regina Ronconi, é um orgulho para a escola conseguir esta colocação, porém garante que o grande desafio será manter ou superar esta média.
"Ficamos felizes e preocupados e dividimos esta conquista com a comunidade que atua intensamente junto com a escola. A ajuda mútua é muito importante", diz.
A Escola Municipal Ondina Neves Bleyer, do bairro Sagrado Coração de Jesus, está pela segunda vez entre as melhores colocadas nos índices do Ideb.
A diretora, Silvana Arruda Lucena, atribui a boa colocação a uma parceria entre professores, alunos e família.
Os pais, segundo ela, são peças importantes e fundamentais para o bom desempenho dos filhos na escola.
"Nossa educação não é para o Ideb, mas para o aluno, e é nossa obrigação fazer bem feito, e a tendência é melhorar", estima.
Os alunos do 5º ano da Juscelino Kubitschek, Emilie Lins Vieira e Guilherme Ribeiro, já sabem da importância da participação da família na escola.
"Se estamos indo bem é porque nossos pais ajudam a gente em casa, por isso tiramos notas boas", revela Emilie, ao lembrar que os professores também aprendem com eles.
Para Guilherme o incentivo dos pais vale a pena e ajuda a ir melhor na escola, "eles também nos acompanham em nossas apresentações", conta.