PREFEITOS de toda região da Amures acompanharam durante a noite de quinta-feira (27), a abertura oficial da 22ª Festa Nacional do Pinhão, no parque de Exposições do Conta Dinheiro em Lages. O show de Sérgio Reis atraiu milhares de visitantes ao parque, principalmente porque a noite foi de portões abertos. O que permitiu aos lageanos terem um atrativo a mais no evento, já que a música sertaneja tem muita identificação com a festa.
A baixa temperatura da madrugada não espantou os visitantes. Sérgio Reis cantou músicas famosas como Menino da Porteira, muitas delas, embalaram trilhas de novelas famosas com roteiros voltados ao povo gentil e trabalhador do campo. O prefeito Renato Nunes de Oliveira, o Renatinho, disse na abertura oficial que, à partir dos 18 anos a festa já tinha maior idade. Agora na sua décima segunda edição se consolida ainda mais, como um dos maiores evento de Santa Catarina e por isso esperamos cerca de 400 mil visitantes.
O governador Leonel Pavan prestigiou o evento e anunciou a liberação de R$ 250 mil como apoio à festa. O que para o prefeito ficou aquém do esperado. "Solicitamos R$ 500 mil, não apenas por entender que a festa merece, mas porque Lages é a oitava economia do Estado e um dos que mais arrecada para os cofres do governo. E merecíamos muito mais", lamentou.
O presidente da Amures, prefeito de Cerro Negro, Janerson Delfes Furtado visitou vários box e estandes na festa e disse ser realmente um dos maiores eventos do Estado. "Esta festa é referência para a região e para o Estado. Viemos aqui todos os anos conhecer o que há de novo, que pode ser implementado em nossos municípios. O prefeito Renatinho está mais uma vez de parabéns e certamente é merecedor do público que esperam, de quase meio milhão de visitantes", elogiou Janerson Furtado.
Em tom de desabafo, o prefeito Renatinho deixou claro que, aceitou a ponderação do secretário Regional João Cardoso e por ele aceitou o valor que o governador anunciou. Mas advertiu que, vai continuar reivindicando o que Lages merece. Antes de se despedir do público no palco da abertura, o prefeito lembrou que foram vários meses percorrendo eventos e fazendo visitas por todo Sul do Brasil e que agora espera a retribuição de visitas nos onze dias da Festa do Pinhão.
O governador chegou no parque, no momento em que o bispo Dom Irineu Andreassa encerrou a benção na capelinha, onde tradicionalmente o prefeito e a primeira dama fazem as preces pelo sucesso da festa. E disse que, a Festa do Pinhão é importante não pelo que arrecada ou movimenta internamente. Mas por sua contribuição para a economia de Lages, da região e de Santa Catarina.
"Em breve, Lages terá um grande salto em sua economia com a vinda da ZF e muitos que vieram à festa saberão como é a cultura, as tradições e a hospitalidade desta cidade", declarou. Sobre os R$ 250 mil repassados à festa, o governador se defendeu e disse que a prefeitura pediu R$ 300 mil.
"Ano passado o governo repassou R$ 150 mil. Mais R$ 150 mil do ano anterior. E nós estamos repassando R$ 250 mil, porque tem restrições do Ministério Público em ano eleitoral". Pavan explicou que do total repassado pelo governo, R$ 100 mil é específico para a Sapecada da Canção Nativa. E foi a maneira que encontrou para ajudar a festa.
Parlamentares ajudaram com R$ 700 mil
A organização da Festa do Pinhão correu contra o tempo para deixar os parque de Exposições do Conta Dinheiro em condições para o evento. Normalmente são necessários quatro meses de arrumação e adaptações de espaços e infraestrutura. Este ano os colaboradores do município tiveram a metade do tempo para deixar o parque pronto para a abertura oficial.
O presidente da Comissão Organizadora, Antônio Arruda, lembrou que em novembro do ano passado foi protocolado pedido de R$ 500 mil junto ao governo do Estado. E também lamentou que tenha sido anunciado apenas a metade pelo governador. "Florianópolis recebe dez vezes mais que isso. Joaçaba recebeu quatro vezes o valor em relação ao nosso pedido e nossa expectativa nunca foi pedir mais do que a cidade merece", disse, em tom de frustração.
Dos 16 deputados federais e três senadores da bancada parlamentar catarinense, o senador Raimundo Colombo liberou R$ 300 mil, a deputada Ângela Amin, mais R$ 300 mil e o deputado Cláudio Vignatti R$ 100 mil. Arruda disse que em outros anos os deputados da região sempre ajudaram e que esperava mais este apoio, o que não aconteceu.