Em 11 municípios da região ao menos 70 mil sacas de feijão devem ser vendidas para os estoques da Conab
O feijão que os produtores estão vendendo aos atravessadores por R$ 40,00 a saca pode ser comercializado para o governo a R$ 80,00. A informação é da gerente de operações da Companhia Nacional de Abastecimento, superintendência de Santa Catarina, Maria de Lourdes Nienkoetter. Ela passou à tarde desta terça-feira (07/04) explicando como destinar a produção para compra pela Conab.
O evento foi organizado pelo Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Serra Catarinense (Codeter) em parceria com a Amures. Participaram representantes de entidades e produtores de onze municípios, no auditório da associação. O que frisou Maria de Lourdes é que o governo tem como intervir na venda de feijão.
"Nesta região o preço está abaixo do mínimo e a Conab tem recursos para comprar e pagar mais por este produto. Além dos R$ 80,00 por saco, indenizamos a embalagem, o INSS, o ICMS é por nossa conta e parte da armazenagem também é custeada pela Conab", afirmou a gerente de operações. Cada produtor pode entregar até 744 sacas ou o equivalente a 44 toneladas.
O primeiro passo para o produtor entregar a safra à Conab é procurar a Secretaria de Agricultura de seu município ou sindicato rural. E encaminhar o armazenamento da produção e o pagamento são feitos dez dias após o recebimento da documentação.
Outras culturas como milho, arroz, trigo e soja também podem ser vendidos à Conab. Só este mês, há recursos da ordem de R$ 30 milhões para serem investidos na compra desses produtos. Ano passado a Conab devolveu dinheiro ao governo federal porque faltou produção para ser comprada.
"Em janeiro a fevereiro passado tivemos um acumulado de R$ 9.7 milhões devolvidos ao governo por não ter investido na compra de grãos. E se não gastar toda a cota de abril, de mais R$ 30 milhões, também voltará ao Tesouro Nacional", alertou Maria de Lourdes. Ela elogiou a iniciativa do Codeter e da Amures em abrir esta possibilidade de negociação com o governo federal.
Solução nasceu dentro da Amures
A abertura do canal de negociação com a Conab surgiu na última reunião dos prefeitos da Amures. A crise econômica empurrou o preço do feijão para baixo e foi determinado pelo presidente, Renato Nunes de Oliveira, um estudo da equipe técnica da associação.
Através do Codeter foi convidada Maria de Lourdes que trouxe uma luz para este comércio, que estava desaquecido. De acordo com coordenador do Codeter, Selênio Sartori, o feijão comprado pelo governo ainda retorna muitas vezes às famílias enquadradas nos programas sociais.
Na região serrana, apenas a Cooperplam de Lages e a Coopercampos de Campo Belo do Sul estão habilitadas para receber e armazenar o feijão comprado pelo governo. A Cooperacro pode ser parceira apenas com secagem, limpeza e empacotamento de feijão.