Governador receberá contra-proposta ao Refúgio da Vida Silvestre

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Proposta dos municípios que serão atingidos pela unidade de conservação será levada à Brasília no próximo dia 20

     O GOVERNADOR Luiz Henrique da Silveira vai receber nesta quinta-feira, às 18 horas, do presidente da Amures, Cláudio Roberto Ziliotto, a proposta que será levada dia 20 à Brasília ao presidente Lula e a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. O coordenador de Meio Ambiente, Rivaldo Macari vem construíndo um plano ambiental sustentável em parceria com várias entidades regionais e que será contra-ponto à proposta do Refúgio da Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra. O evento acontecerá no auditório do Map Hotel.
O que deixou os prefeitos perplexos é o tamanho da área que o Ministério do Meio Ambiente pretende destinar à unidade de conservação. Nada menos que 268.195 hectares. Sua abrangência em 14 municípios comprometerá em alguns casos como São José dos Ausentes e Bom Jardim da Serra, mais de 50% do território.
Como unidade de proteção integral, o refúgio prevê a manutenção dos ecossistemas livre de alterações pela interferência humana. Se for unidade sustentável como propõe os prefeitos, poderá compatibilizar a conservação da natureza com seu uso sustentável.
Assim será possível conservar e resguardar a flora e a fauna permitindo a exploração econômica dos recursos naturais existentes com manejo adequado. O governador deve se posicionar favorável à proposta
A mobilização dos prefeitos já envolve as bancadas parlamentares catarinense e do Rio Grande do Sul que também acolherão o plano de ação integrado. Ele prevê firmar posicionamento frente as questões ambientais que paralisem a economia e o aspecto social dos municípios.
Para barrar a proposta do Refúgio da Vida Silvestre, está sendo encaminhada uma medida judicial de embargo ao laudo técnico do Ministério do Meio Abiente. Diante disso, será apresentada uma proposta pró ativa de desenvolvimento sustentável, baseada na realização de estudos sócio economicos e ambientais dos munícipios e de levantamento social e cultural das populações envolvidas.
"Este documento de Santa Catarina tem a consonância do documento dos prefeitos gaúchos que estão sendo tão sufocados em seus direitos, quanto nós", desabafa Rivaldo Macari. Ele lembra que a proposta inicial do Termo de Ajuste de Conduta da usina Barra Grande, previa como compensação a criação do Corredor Ecológico e não um Refúgio da Vida Silvestre.
Diante desse risco à economia da região é que os prefeitos buscam hoje, o apoio do governador para impedir qualquer discussão de novas unidades, sem antes implantar definitivamente ou revogar, o Parque Nacional de São Joaquim, Campos dos Padres e Parque Estadual Ibitirã, cujas áreas os proprietários ainda aguardam indenizações do governo federal.
A contra-proposta dos municípios contempla desde o levantamento sócio-econômico-cultural e ambiental até o zoneamento agrícola. E para que possa ser implementado, os prefeitos buscam do presidente Lula, a confirmação de que não assinará o decreto que cria o Refúgio da Vida Silvestre, sem antes ter em mãos os estudos que buscam o desenvolvimento e sustentável.
O Refúgio da Vida Silvestre atingirá os municípios de Bom Jesus, São José dos Ausentes, Cambará do Sul, Capão Alto, Lages, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Lauro Muller, Treviso, Siderópolis, Nova Veneza, Morro Grande, Timbé do Sul e Jacinto Machado.


Refúgio de Vida Silvestre: Objetiva proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
Corredor Ecológico: Faixas de habitat natural que contectam fragmentos de habitat permitindo o fluxo gênico entre esses fragmentos. Porções de ecossistemas, ligando duas ou mais unidades de conservação.
Unidade de uso sustentável: Objetiva compatibilizar a conservação da natureza com seu uso sustentável. Como áreas de proteção ambiental, áreas de relevante interesse ecológico, florestas nacionais, estaduais, municipais, entre outras, reservas extrativistas.
Unidade de proteção integral: Manutenção dos ecossistemas livre de alterações causadas pela interferência humana. Seu uso é permitido apenas de forma indireta. Como Estações ecológicas, Reservas biológicas, entre outros, refúgio da Vida Silvestre.
Conservar: Permite a exploração econômica dos recurso naturais com manejo adequado e racional.
Preservar: Não permite a exploração econômica diretamente.